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Lego vai reduzir força de trabalho em 1.400 pessoas

A famosa fabricante de brinquedos viu as suas receitas caírem no primeiro semestre do ano e, perante este cenário, decidiu proceder a uma alteração na estrutura empresarial. Redução da força laboral vai ser uma das medidas.

Lego
05 de Setembro de 2017 às 11:54
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As receitas da Lego, fabricante dinamarquesa de brinquedos, recuaram 5% para 14,9 mil milhões de coroas dinamarquesas (pouco mais de dois mil milhões de euros) nos primeiros seis meses do ano comparativamente ao mesmo período do ano passado, revelou a empresa. Além desta quebra ser a primeira numa década, coloca um ponto final num crescimento consistente de dois dígitos, alcançado durante os últimos anos, sinaliza o Financial Times (FT). 

O resultado líquido caiu 3% para 3,4 mil milhões de coroas dinamarquesas no semestre que terminou em Junho. E o resultado operacional também sofreu uma redução, de mais de 6% para 4,4 mil milhões de coroas dinamarquesas, um resultado semelhante ao alcançado no primeiro semestre do ano passado.  

A evolução das receitas não foi semelhante em todos os mercados em que a Lego está presente. Em mercados considerados como avançados, como os Estados Unidos e algumas partes da Europa, as receitas caíram. Por outro lado, em mercados em crescimento, como o chinês, as vendas subiram, refere o comunicado.


Esta diminuição dos números fez com que a empresa decidisse abrir um novo capitulo na sua história. Aí vão estar incluídas mudanças na companhia que passam nomeadamente pela redução da força de trabalho. Aos actuais 18.200 funcionários, a empresa de brinquedos quer cortar 8% da sua força de trabalho, o que significa cerca de 1.400 postos de trabalho, a maioria dos quais até ao final deste ano. Além disso, quer proceder a "uma limpeza" do seu inventário em toda a cadeia de valor.


Jorgen Vig Knudstorp, chairman executivo da Lego, assinalou que a empresa pretende "construir uma organização mais pequena e menos complexa do que temos hoje, o que vai simplificar o nosso modelo de negócio de forma a conseguirmos chegar a mais crianças".

"Lamentamos muito fazer mudanças que podem interferir com as vidas de muitos dos nossos colegas. Os nossos colegas colocam muita paixão no seu trabalho todos os dias e estamos profundamente agradecidos por isso. Infelizmente, é essencial para nós tomar estas decisões", acrescentou Jorgen Vig Knudstorp.

Os dados revelados agora acabam por, de certa forma, confirmar que a empresa não atravessa a sua melhor fase. No mês passado, a empresa escandinava anunciou que Bali Padda, com 61 anos, vai deixar a liderança do grupo em Outubro. Para o seu lugar vem Niels Christiansen, dez anos mais novo e nascido na Dinamarca. Em Março tinha abandonado os rumos da Danfoss, especialista em ar condicionado, à procura de um novo desafio, depois de lhe ter dado a volta aos resultados.

Até aqui, a Lego tinha conseguido destacar-se entre as principais marcas de brinquedos, pois não tinha sucumbido ao facto de as crianças passaram agora mais tempo a jogar jogos online. Especialistas, ao FT, assinalam que a empresa enfrenta desafios com as suas operações globais, em especial dado que a sua nova fábrica na China está a sofrer atrasos.


A Lego esteve próxima de atingir a bancarrota em 2003. Foi salva por Jorgen Vig Knudstorp.

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