O Reputation Institute (RI), reponsável pelo ranking anual Global RepTrak mostra que, este ano, o top 3 é repartido entre luxo e entretenimento.

Com base em mais de 170.000 classificações no primeiro trimestre de 2017, o ranking global da RepTrak classifica a reputação corporativa das empresas junto de consumidores dos 15 maiores mercados do mundo (Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, México, Rússia, Coreia do Sul, Espanha, Reino Unido e EUA) e mede o desempenho de 100 empresas em sete dimensões da reputação.

"O Global RepTrak destaca anualmente 100 empresas que, no seu parecer, são as que entendem o que realmente representam e percebem como devem reforçar o vínculo emocional entre as partes interessadas [sejam elas parceiros, accionistas, concorrentes] em todos os mercados onde se encontram presentes", refere Michele Tesoro-Tess, sócio executivo do RI, à StreetInsider.com. 

"As 10 melhores empresas deste ano vêm de diferentes sectores: a reputação é um activo que atravessa qualquer indústria e as empresas investem continuamente nelas porque a sua liderança reconheceu o seu impacto nos desempenhos do negócio", adianta a mesma fonte.

Em relação às expectativas específicas dos stakeholders, os entrevistados identificaram a Rolex como líder global em produtos e serviços e a Lego Group como melhor empresa no que toca à dimensão de "governance". Por sua vez, a Google foi classificada como líder em 5 dimensões: inovação, local de trabalho, cidadania, liderança e desempenho.

"Olhando para os melhores desempenhos, é claro que oferecer produtos de alta qualidade, estar atrás deles e atender às necessidades dos clientes é fundamental para cumprir a promessa da marca. Mas os nossos dados também mostram que as empresas com um forte sentido de propósito, que estão empenhadas em melhorar todas as suas dimensões de reputação - especialmente 'governance e cidadania - tendem a ser as mais respeitadas", afirma Allen Bonde, director de marketing do RI, à StreetInsider.com.

Em termos de tendências, 2017 viu a ascensão de marcas de luxo como a Rolls-Royce e a Rolex, com esta última a manter-se em primeiro lugar desde 2016 e, desta vez com uma pontuação de 80,38. Ao passo que, os produtos de grande consumo arrecadaram sete dos dez primeiros lugares na classificação deste ano, com a Lego a roubar o lugar à Walt Disney, estando em segundo lugar com 79,46 pontos, saltando quatro postos relativamente ao ano anterior, e a Adidas entrando no top 10, em décimo lugar com 77,27 pontos.

É importante referir que ainda há pouco tempo a Disney estreou o seu primeiro beijo homossexual. No desenho animado "Star contra as Forças do Mal" foram alguns os casais homossexuais que se beijaram enquanto a protagonista, Star, e o melhor amigo, Marco, assistem a um concerto. Este é mais um passo da Disney na procura de diversidade e tolerância.

No sector da tecnologia, em 2017, a Intel voltou ao top 10 (para o 8.º lugar com 77,74 pontos) após uma ausência de um ano. Enquanto isso, a Google (5.º lugar) caiu 2 lugares, apresentando uma pontuação de 78,22, a Microsoft caiu do top 10 para o 11.º lugar e a Apple caiu 10 pontos face ao ano de 2016, acabando em 20.º lugar. Por sua vez, a Samsung registou o maior declínio de sempre, encontrando-se actualmente em 70.º lugar.

Entre o mercado automóvel, tanto a BMW (12.º lugar) como a Daimler (27.º lugar) caíram do top 10. Já a Toyota, a Honda, a Ford e a GM mostraram avanços modestos no ranking em relação a 2016. A Volkswagen, que continua a lidar com as consequências do escândalo sobre a manipulação das emissões poluentes em veículos a gasóleo, retornou para o top 100 (em 100.º lugar).

O sistema RepTrak da RI mede a percepção do público em geral sobre as principais empresas do mundo em sete dimensões fundamentais da reputação: produtos e serviços, inovação, local de trabalho, "governance", cidadania, liderança e desempenho. A partir de 80 pontos, inclusive, já se considera que a empresa tem uma reputação "excelente". Entre os 70 e os 79 pontos a reputação é considerada "forte", ao passo que entre 60 e 69 é considerada "média". Nenhuma das empresas do Top 100 registou uma classificação abaixo de 67 pontos.