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Juíz decide prisão preventiva para quadros dirigentes da Afinsa

O juiz espanhol Santiago Pedraz declarou hoje a prisão preventiva, sem lugar a fiança, para os quatro responsáveis da Afinsa e um quinto fornecedor de selos da empresa, alegando que há um elevado risco de fuga ou de alteração de provas.

12 de Maio de 2006 às 19:12
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O juiz espanhol Santiago Pedraz declarou hoje a prisão preventiva, sem lugar a fiança, para os quatro responsáveis da Afinsa e um quinto fornecedor de selos da empresa, alegando que há um elevado risco de fuga ou de alteração de provas.

A decisão foi tomada depois do juiz ouvir, durante mais de cinco horas e meia, os quatro dirigentes da Afinsa, entre eles o luso-espanhol Albertino de Figueiredo e o seu filho, Carlos Figueiredo Escriba, acusados de burla e de outros crimes financeiros.

A prisão preventiva foi ainda decretada para o presidente da Afinsa, Juan António Cano, para o conselheiro Vicente Martín Peña e para Francisco Guijarro, fornecedor de selos na casa de quem a polícia encontrou 10 milhões de euros em dinheiro.

O titular do Tribunal Central de Instrução 1, da Audiência Nacional, considera que o risco de destruição de provas «é muito elevado» e que os arguidos podem fugir perante o temor das penas previstas, que podem ultrapassar «amplamente» os seis anos de prisão.

Com base na investigação, o juiz considera que pode existir um delito de burla e, pela primeira vez, inclui ainda no leque de acusações sobre os responsáveis um possível «delito de falsificação dos resultados anuais».

A alegada burla é inicialmente estimada em cerca de 1.005 milhões de euros, segundo a Audiência Nacional, valor que corresponde ao défice patrimonial da Afinsa.

Fonte judicial disse à Lusa que ainda não é conhecida a decisão do juiz Fernando Grande Marlaska, responsável pela audição a cinco responsáveis da Fórum Filatélico - quatro deles detidos -, que poderá ser conhecida apenas ao final da noite de hoje.

Os acusados do Fórum Filatélico são o presidente, Francisco Briones Nieto, e os conselheiros Miguel Angel Hijón Santos, Agustín Fernández Rodríguez e Francisco José López Gilarte, este último em liberdade.

As acusações que pendem sobre as duas empresas, praticamente idênticas, apontam para crimes de burla, branqueamento de capitais, insolvência punível e administração desleal e, no caso da Afinsa, de falsificação de selos.

A procuradoria anti-corrupção justifica as acusações explicando que as empresas conseguiram «importante investimentos da parte de pessoas a que entregavam lotes de selos claramente sobrevalorizados e posteriormente rendimentos de juros que não eram mais que parte do dinheiro recebido dos próprios clientes».

Estimativas das autoridades apontam para que mais de 350 mil pessoas se vejam afectadas pela alegada fraude, envolvendo um valor estimado que pode ultrapassar os 5.000 milhões euros.

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