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José Eduardo Carvalho reeleito presidente da AIP até 2027

Inovação e transição para uma energia mais limpa são dois dos pilares de atuação da direção para o novo mandato, até 2027, a par com "necessidade premente de aumento da produtividade nas empresas portuguesas num contexto de crescimento acelerado dos salários" e de "desagravamento fiscal".

29 de Fevereiro de 2024 às 12:10
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José Eduardo Carvalho foi reeleito presidente da AIP - Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI), descrita como a mais representativa associação empresarial de Portugal.

A lista candidata aos órgãos sociais da AIP-CCI, para um mandato de mais quatro anos, até 2027, liderada por José Eduardo Carvalho na direção, Pedro Ferraz da Costa na mesa da assembleia-geral e Mara Almeida no conselho fiscal, foi eleita por 98% dos votos expressos - com 1% de votos nulos e 1% de brancos - indica a organização num comunicado enviado, esta quinta-feira, às redações.

"Encaro esta reeleição como um sinal de reconhecimento pelo trabalho realizado ao longo dos últimos anos, tanto a nível interno, pelo processo de reestruturação que realizámos na AIP, como externo, com o crescente papel que temos e queremos continuar a ter na defesa dos nossos associados, das empresas que criam valor para Portugal", diz José Eduardo Carvalho, na liderança da mais antiga associação empresarial portuguesa desde 2012.

A acompanhar José Eduardo Carvalho na liderança da AIP-CCI estarão Vítor Neto (NERA) Nuno Ribeiro da Silva (Telcabo), António Tavares (Renova), António Poças da Rosa (NERLEI), António Leal (NERSANT), Jorge Pais (Endogena), Rosinda Castanhas (VHumana) e Joana Rafael (Senseidata.

Para José Eduardo Carvalho, a eleição constitui também "um voto de confiança na capacidade desta direção, mas também de todos aqueles que trabalham na AIP, em dar resposta aos imensos desafios que as empresas portuguesas enfrentam, desde a transição digital à energética, passando pela necessidade de termos empresas financeiramente mais sólidas, mais competitivas, para que sejam capazes de singrar num mercado global".

Na mesma nota, a AIP indica que a inovação, através da digitalização, e a transição para uma energia mais limpa, que é também economicamente mais eficiente, são dois dos pilares de atuação desta direção para o mandato de 2024 a 2027, a que se junta "a necessidade premente de aumento da produtividade nas empresas portuguesas num contexto de crescimento acelerado dos salários, evolução essa que deve estar correlacionada a bem da estabilidade financeira do setor empresarial".

Segundo a associação, existem em Portugal mais de 114 mil empresas que apresentam EBITDA [resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] negativo, "uma situação que deve não só preocupar como levar à ação por parte do poder político".

Face a este cenário, a AIP - que conta com 118 associações empresariais filiadas e mais de 6.100 associados diretos - diz que irá "trabalhar no sentido de promover a capitalização e melhoria da estrutura de capitais permanentes das empresas, nomeadamente através de um conjunto de instrumentos capital e quasi-capital do PRR".

"A solidez financeira do tecido produtivo nacional assume-se como essencial para que, num contexto de crescimento económico menos pujante, as empresas possam ter a capacidade de se internacionalizarem, mas também de reforçarem a sua capacidade exportadora, com impactos positivos nos capitais, na criação de mais e melhor emprego, e, em última análise, num contributo ainda mais expressivo para a criação de riqueza para o país", realça a AIP.

Outra prioridade de atuação da nova direção passa por "procurar demonstrar perante o poder político a importância da revisão do quadro fiscal nacional" a "necessidade de Portugal ter um quadro fiscal amigo das empresas e dos trabalhadores": "O desagravamento fiscal nas empresas e nos trabalhadores é, na perspetiva da AIP, urgente".

Na mesma nota, a AIP aponta que "Portugal tem uma fiscalidade complexa e excessiva, com mais de 4.300 impostos e taxas, bem como 453 benefícios fiscais", sendo "o esforço fiscal, o sexto maior entre os países da União Europeia" não só "manifestamente exagerado" como "contraproducente tanto para as empresas portuguesas como para a necessária atração de investimento estrangeiro para o país". Um cenário a que se junta - complementa - "a elevada imprevisibilidade que tem caracterizado esse mesmo quadro fiscal existente em Portugal contrário ao que é necessário para fomentar o investimento privado".
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