Notícia
Isabel dos Santos rejeita fazer parte de qualquer esquema ilegal
A empresária angolana e o marido, Sindika Dokolo, foram, de acordo com o Expresso, alvo de dois relatórios sobre atividades suspeitas nos EUA, em 2013.
"A Engª. Isabel dos Santos ou as suas empresas nunca foram clientes de nenhum banco norte-americano", sendo "completamente falso e difamatório que um banco norte-americano ajudou a Engª. Isabel dos Santos em transferências associadas à sua família e ao Estado angolano", de acordo com um comunicado da empresária divulgado esta segunda-feira.
"Na qualidade de banco correspondente do banco BFA/BPI, o JPMorgan realiza pedidos de compliance regulares, solicitando informações sobre várias transações e de vários clientes do banco, o que é absolutamente normal", refere ainda, notando que, em 2013, "os pedidos de informação adicionais que suportavam estas transações foram solicitados pelos bancos e pelo supervisor e foram devidamente prestados".
"Foi, ademais, verificado que não existia nenhuma situação anómala nem nenhuma irregularidade e que se tratavam de pagamentos efetuados no âmbito de atividades comerciais ordinárias e correntes", nota a empresária, referindo ser "clara a intenção de provocar danos reputacionais, pelo que se refuta estas falsidades e estas notícias regurgitadas e sem fundamento".
"A Engª. Isabel dos Santos e o seu marido, Dr. Sindika Dokolo, não fazem parte de qualquer esquema ilegal e/ou ilegítimo de circulação de fundos no sistema bancário internacional ou norte-americano", remata.
Este domingo, o Expresso avançou, no âmbito de uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas, que a empresária angolana e o marido, Sindika Dokolo, foram alvo de dois relatórios sobre atividades suspeitas em 2013 nos EUA.
Esta notícia surge no âmbito de mais de 2.000 documentos bancários confidenciais obtidos pelo BuzzFeed News e partilhados com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), da qual o Expresso, do grupo Impresa, é parceiro, e que revelam como alguns dos maiores bancos mundiais, entre os quais o HSBC, foram usados em processos de fraude.
De acordo com o Expresso, a filha do ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos "foi alvo de dois relatórios sobre atividades suspeitas em 2013 nos Estados Unidos, um do JP Morgan e outro do Standard Chartered" devido a "transferências ligadas à Unitel e ao negócio dos diamantes em que Sindika Dokolo foi sócio do Estado angolano".
O relatório tem, segundo o jornal, dezenas de páginas e foi concluído em 16 de outubro de 2013, sendo um dos dois documentos incluídos na investigação que ficou conhecida como FinCEN Files e que estão relacionados com Isabel dos Santos.