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Investigação ao ciberataque ao Marriott aponta para serviços de inteligência da China

O ciberataque que comprometeu a segurança dos dados pessoais de cerca de 500 milhões de clientes do Marriott foi levado a cabo por hackers ao serviço da agência de inteligência da China, avança o The New York Times.

12 de Dezembro de 2018 às 13:51
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O ciberataque de que foi alvo o grupo Marriott International, e que resultou no roubo dos dados pessoais de cerca de 500 milhões de clientes, foi realizado por hackers ao serviço da agência de inteligência da China, de acordo com duas fontes próximas da investigação, citadas pelo The New York Times.

Suspeita-se que estes piratas informáticos, que também acederam aos dados sobre a habilitação de segurança de milhares de americanos, trabalhem para o Ministério de Segurança do Estado (MSE), a agência de segurança da China, que é considerada um dos mais activos serviços de inteligência do mundo.  

De acordo com a mesma publicação, a descoberta surge numa altura em que a administração Trump está a planear acções voltadas para as políticas comerciais, cibernéticas e económicas da China, dentro de dias.

Essas acções incluem acusações contra hackers chineses que trabalham para os serviços de inteligência e militares, de acordo com quatro membros do governo que falaram ao The New York Times. A administração Trump também planeia revelar os relatórios de inteligência que mostram que a China está, pelo menos desde 2014, a criar uma base de dados com nomes de executivos e funcionários do governo com habilitação de segurança [security clearances], um estatuto que permite o acesso a informações classificadas (segredos estatais ou organizacionais) ou a áreas restritas.

De acordo com a mesma publicação, que cita um alto funcionário americano com conhecimento do plano, outras opções incluem uma ordem executiva destinada a tornar mais difícil para as empresas chinesas obterem componentes críticos para equipamentos de telecomunicações.

As acções derivam da crescente preocupação dentro do governo de que a trégua alcançada entre o presidente Donald Trump e o seu homólogo Xi Jinping tenha poucos efeitos na alteração das práticas de Pequim, nomeadamente no que respeita à chamada transferência forçada de tecnologia – a obrigatoriedade de as empresas americanas partilharem a sua propriedade intelectual com empresas chinesas para poderem entrar no mercado da China – e aos roubos cibernéticos.

O ataque ao Marriott não deverá fazer parte destas próximas acusações, mas aumenta a urgência do plano, na medida em que os hotéis desta cadeia são os mais utilizados pelo governo norte-americano e pessoal militar.

 

Foi no final de Novembro que o Marriott revelou ter sido alvo de um ataque informático que comprometeu a segurança dos dados de cerca de 500 milhões de clientes, incluindo, para parte deles, dados sobre os cartões de pagamento.

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