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Investidores estrangeiros elogiam Portugal
Os investidores estrangeiros com presença em Portugal não poupam elogios ao país e mostram-se principalmente preocupados com os efeitos que venha a haver do Brexit ou das eleições francesas.
A segurança e a formação dos trabalhadores são duas das vantagens que os investidores estrangeiros em Portugal destacam no país. E mais do que a actual solução governativa, preocupa-os o impacto de incógnitas a nível europeu.
Na conferência "Moldar o futuro" organizada pela CIP, Gustavo Guimarães, presidente da Tranquilidade, que é detida pelo fundo norte-americano Apollo, admitiu que com o actual Executivo houve alguma "marcha atrás", mas salientou que "há sempre oportunidades de negócio em situações políticas diferentes".
"As questões políticas são fundamentais no nosso dia-a-dia, mas não são tudo", afirmou, acrescentando que "o actual Governo terá vantagens para alguns interesses e desvantagens para outros".
O responsável da Fidelidade realçou ainda que "para haver crescimento da economia é preciso haver reformas" e admitiu que "às vezes há factores externos que não permitem que decisões de investimento sejam tomadas".
Markus Kemper, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-alemã, mostrou-se preocupado com consequências da políticas do novo presidente norte-americano, assim como com impactos que podem advir do Brexit e das eleições francesas.
A segurança, a remuneração, a flexibilidade e as línguas que os portugueses falam são alguns dos aspectos positivos que elencou. Já entre as fragilidades de Portugal, destacou que "não sabemos fazer marketing, não nos sabemos vender".
Como garantiu, das 400 empresas alemãs em Portugal tem sentido que tencionam continuar a investir, mas quanto a atracção de novos investimentos realça que o actual momento é de maior dificuldade.
Já Jordi Llach, director geral da Nestlé Portugal, considerou um ponto fraco em Portugal o ensino dual, mas sublinhou que em termos de custos Portugal é competitivo face aos outros países europeus .
"Mesmo com aumento do salário mínimo Portugal continua a ser competitivo" afirmou, acrescentando compreender que para outras empresas esse aumento possa ter impacto mas "para as multinacionais não".
O talento em Portugal foi uma das vantagens realçadas pelo responsável.
Também o CEO da OGMA, detida pela brasileira Embraer, Rodrigo Rosa desvalorizou questões como a carga fiscal ou a burocracia em Portugal, considerando que "esses indicadores, comparados com o Brasil, não são assustadores". Entre os aspectos a melhorar, o responsável sublinhou o perfil da diplomacia.