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Insolvências em Portugal crescem no primeiro trimestre e cortam faturação de 295 milhões
No mapa das insolvências, Porto, Lisboa e Braga colocam-se por esta ordem, com a Invicta a mostrar o maior número de casos.
Entre janeiro e março, contam-se 658 insolvências em Portugal, às quais corresponde um volume de negócios de 295 milhões de euros, apontam os dados da seguradora COSEC. O número de empresas insolventes cresceu assim 4% em relação a igual período do ano anterior.
A maioria dos casos de insolvência continua a referir-se a microempresas, que representam mais de metade – 65% - dos casos. Olhando a setores, o mais mal posicionado é o dos serviços, que soma 136 insolvências. Segue-se o setor do retalho, com 101 emrpesas insolventes e por fim o setor da construção, com 98. A categoria de Empresário em Nome Individual representou 14% do total, com 95 insolvências, refere a mesma fonte, no comunicado enviado às redações.
No mapa das insolvências, Porto, Lisboa e Braga colocam-se por esta ordem, com a Invicta a mostrar o maior número de casos.
No que toca aos postos de trabalho, são 5.100 que ficam afetados, mas os danos verificam-se também a montante: 87 milhões de euros de créditos a fornecedores ficaram por regularizar.
Paralelamente, os pedidos de Processo Especial de Revitalização (PER) diminuíram 20% neste primeiro trimestre. Foram 102, no total, contra os 127 registados nos primeiros três meses de 2019.
Em sentido oposto, deram entrada pedidos para a constituição de 11.939 novas empresas, o que não deixa de representar um decréscimo relativamente ao primeiro trimestre de 2019, de 25%. Também neste campo é o setor dos serviços a liderar, seguido da construção e retalho.
Lá fora a tendência é semelhante
As insolvências a nível global deverão aumentar 14% até ao final de 2020, calcula a Eurler Hermes, acionista da COSEC. Na Europa ocidental, a subida deverá ser superior, de 16%.
O atual contexto de bloqueio da economia poderá levar à falência cerca de 7% das PME e midcaps da Zona Euro – cerca de 13 mil negócios. Neste âmbito, 10% do total de empresas em risco estão em França, perto de 9% na Alemanha, 8% na Bélgica, 6% em Espanha e 5% em Itália. Os setores que correm maior risco são a construção, o setor agroalimentar e o dos serviços.
Esta pausa na atividade económica coloca 65 milhões de empregos em risco ou a precisarem de apoio dos Governos. Contudo, tendo em conta o carater temporário desta crise, os economistas apontam para que a taxa de desemprego na Zona Euro aumente apenas 1 ponto percentual, para pouco mais de 8%.