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Inapa revê objectivos financeiros para 2004 (act)

A Inapa reviu os objectivos para 2004, esperando agora, para o conjunto do ano, um aumento das vendas, em toneladas, de 5%, contra a anterior previsão de 3%, anunciou hoje o presidente da distribuidora de papel, Vasco Pessanha, em conferência de imprensa.

Negócios 07 de Setembro de 2004 às 12:39
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A Inapa reviu os objectivos para 2004, esperando agora, para o conjunto do ano, um aumento das vendas, em toneladas, de 5%, contra a anterior previsão de 3%, anunciou hoje o presidente da distribuidora de papel, Vasco Pessanha, em conferência de imprensa.

No entanto, reviu em baixa a percentagem de margem EBITDA de 4,2% para 3,9% para o total do ano.

Vasco Pessanha não se mostrou muito optimista para a evolução do sector, ainda que se vislumbre para a segunda metade uma tendência de aumentos de preço no sector.

«Poderá ou não haver aumentos de preços que ponham fim ao deslize que se assiste há quatro anos», disse o presidente da Inapa, lembrando que alguns produtores de papel, como a UPM, a Sappi e a Portucel, já anunciaram subida dos seus preços para Setembro e que a MAP, a terceira maior distribuidora da Europa, anunciou uma subida dos seus preços de venda de 5 a 8%.

Não obstante estes sinais positivos, há outros custos que influenciam a actividade que podem ter impacto negativo no conjunto do ano. O exemplo é o preço do petróleo que penalizam os custos de distribuição do grupo, que representam cerca de 23% dos custos operacionais.

Acima de tudo, Vasco Pessanha lembra que o problema da Europa é a sobrecapacidade que existe a nível europeu na produção de papel. Quando há excesso da oferta, o preço baixa. Por exemplo, no papel «couchet», Vasco Pessanha estima um excedente de 10-15% da produção, o que totaliza 1,5 milhões de toneladas.

Por isso, em teoria, o investimento da Portucel numa segunda máquina poderá contribuir, segundo acredita em termos pessoais Pessanha, para que se instale no papel «Office» uma situação semelhante à que se assiste no «couchet». Além da máquina da Portucel, Pessanha lembra que há outros operadores na Europa que estão a investir nessas unidades produtivas.

A empresa manteve a estimativa de reduzir a dívida remunerada em 20 milhões de euros. A Inapa tem uma dívida de cerca de 500 milhões de euros. A dívida reduziu-se de 609 milhões para 531 milhões de euros, o que implicou uma redução dos encargos financeiros em 1,5 milhões de euros.

A redução dos encargos financeiros e a diminuição das amortizações ajudaram a aumentar o resultado líquido, ainda que este tenha sofrido com o aumento dos impostos, devido, explicou Vasco Pessanha em conferência de imprensa, ao facto de a Inapa não poder consolidar fiscalmente todas as suas participações. Houve também a influência de 1,5 milhões de euros de impostos diferidos, devido à diminuição de créditos fiscais.

A Inapa obteve um crescimento acima do mercado do volume de vendas em toneladas no primeiro semestre, mas diz que precisa de evoluir ao nível do preço.

Ao nível do negócio da Inapa, Espanha continua negativa, mas Vasco Pessanha acredita que em 2005 esse negócio poderá atingir o «break even». «Investimos bastante em Espanha, pensamos que conseguiremos dar a volta», disse o presidente da Inapa.

No conjunto do exercício, a Inapa acredita que ficará, em termos consolidados, positiva ao nível dos resultados líquidos. «Acreditamos que serão positivos, bastante mais do que no ano passado», disse João Costa Manuel, administrador da Inapa, explicando que já no primeiro semestre os resultados antes de impostos foram de 4,5 milhões (contra um valor negativo no período homólogo de 364 mil euros), devido ao efeito volume.

«Falta ainda o efeito dos preços, mas a curva de tendência é mais positiva, ou seja, a quebra de preços é cada vez mais reduzida, havendo no actual trimestre uma tendência para estabilização dos preços». O que significa, segundo o mesmo responsável, que se em Setembro houver subida dos preços, os 4,5 milhões de euros serão consolidados, já que o volume está numa tendência de crescimento.

Este ano ainda não se sentirá, de acordo com Vasco Pessanha, a influência positiva esperada com a fusão da actividade na Suíça com a Baumgartner. Este ano o seu impacto «será completamente neutro ou ligeiramente negativo», disse Vasco Pessanha, explicando que «comprámos uma empresa que perdeu imenso dinheiro no primeiro semestre (cerca de 500 mil euros)», pelo que o segundo semestre será para tentar recuperar essa perda.

A partir do próximo ano já se sentirá o efeito positivo, tinha referido Pessanha anteriormente.

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