A Inapa reduziu em 2005 os lucros para 1,7 milhões de euros, face aos 5,2 milhões de euros conseguidos no exercício homólogo de 2004.

Segundo um comunicado da distribuidora de papel, "estes resultados, apesar de positivos e dos esforços desenvolvidos ao nível das suas variáveis internas ficam aquém daqueles que o grupo gostaria de apresentar".

Vasco Pessanha, presidente do conselho de administração da Inapa, justificou este comportamento com a conjuntura desfavorável, "em especial nos mercados alemão e francês, donde se destacam a instabilidade vivida no período pós-eleitoral até à formação do governo, no caso germânico, e a forte agitação social, no caso gaulês, reflectiram-se negativamente na economia e na actividade do grupo, que tem nestes mercados 75% do seu volume total de negócios".

A indústria papeleira europeia viveu mais um ano sem apresentar sinais significativos de retoma. A sobrecapacidade industrial instalada manteve-se e taxas de ocupação das máquinas mantiveram-se baixas.

Registou-se ainda uma diminuição das exportações com origem na Europa, acompanhada por uma quebra de preços. O panorama foi ainda mais negativo com a ocorrência da greve/"locklout" ocorrida na Finlândia sem impacto significativo no reequilíbrio oferta/procura.

A conjuntura sectorial em 2005 ficou ainda marcada pelo face de a actividade de distribuição de papel não ter crescido. Os volumes estagnaram e o valor transaccionado caiu, pelo quarto ano consecutivo, desta feita, caindo 2%.

Paralelamente, as margens do negócio diminuíram. Os preços médios de venda voltaram a cair fruto da sobreoferta, da deterioração da procura e da concorrência acrescida.

O volume de vendas da Inapa, um dos líderes da distribuição europeia de papel, foi de 1,1 milhões de toneladas, crescendo 5,4% relativamente a 2004, em claro contraste com a estagnação do consumo na Europa.

"O sector de distribuição de papel europeu continuou a sofrer os efeitos da continuada sobre-capacidade industrial instalada, que se reflecte no preço do papel e afecta as suas margens", sublinha o referido comunicado da Inapa.

O preço médio de venda do grupo caiu 3,3%, em 2005, face a uma queda média de 2% verificada no mercado. Esta redução resultou, fundamentalmente, do acréscimo no grupo Inapa, do peso relativo das vendas do segmento "indent" e do aumento das vendas em países de preço médio de venda mais baixo.

As vendas do grupo Inapa passaram de 1.062 para 1.085 milhões de euros no ano passado, traduzindo um acréscimo de 2,2%.

O EBITDA (cash flow operacional) da Inapa, sem inclui custos não recorrentes, baixou de 38,3 para 31,2 milhões de euros, yuma redução de 13%. Esta queda deveu-se essencialmente à queda de margem bruta que, por sua vez, desceu devido à quebra dos preços de venda, à deterioração do rácio "stock"/"indent" em cerca de 1% (fixando-se em 50%), e à alteração do "mix" de vendas com o aumento dos peso das vendas de produtos de menor valor acrescentado.