Os títulos da Inapa, o grupo português de distribuição de papel, afundaram mais de 9% na abertura da negociação de hoje, depois de no final da semana passada o conselho de administração da empresa ter anunciado que a revisão da teste de imparidade resulta num efeito negativo de 40 milhões de euros nos capitais próprios do grupo

As acções da Inapa [ina] seguem a negociar em queda de 8,57% para 2,56 euros, tendo afundado um máximo de 10,36% no arranque da sessão. Com esta queda, a empresa de distribuição de papel está a avaliada no mercado em 76,8 milhões de euros.

A negociação da empresa, que já transaccionou mais de 500 mil acções, está hoje a reflectir as medidas aprovadas pelo conselho de administração da Inapa, no final da semana passada, e que serão propostas aos accionistas em assembleia geral.

A Inapa prepara-se para realizar de reestruturação do capital, através de uma operação "harmónio", ou seja, da redução do seu capital social em 150 milhões de euros, seguida de um aumento de capital pelo mesmo montante.

Além disso, a empresa irá também modificar os critérios contabilísticos, modificações que incidem sobre as "demonstrações financeiras individuais", nomeadamente na "alteração do critério da valorização das suas filiais e associadas", afirmou a empresa em comunicado.

Mas, a forte queda dos títulos da empresa está relacionada com o facto da Inapa ter anunciado que vai rever o teste de imparidade de "goodwill". Na prática, esta revisão leva a que, nas contas consolidadas de 2006, o valor de imparidade dos activos seja de 40,19 milhões de euros nas demonstrações financeiras da "holding".

Tudo somado, com base nos resultados previstos comunicados ao mercado no passado dia 25 de Janeiro, a administração da Inapa estima "que os capitais próprios consolidados se venham a situar nos 46 milhões de euros".

A 25 de Janeiro a Inapa emitiu um "profit warning" referente às contas de 2006, estimando que no ano passado tenha registado resultados líquidos, antes de impostos e interesse minoritários, de 10 milhões de euros negativos, o que compara com lucros consolidados de 1,6 milhões de euros um ano antes.