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Implementação lenta da fatura eletrónica coloca empresas portuguesas na cauda da Europa

Estudo da Seres, realizado no ano passado, tinha concluído que a adoção da fatura eletrónica pode traduzir-se numa redução de custos superior a 47,3 milhões de euros.

Ricardo Meireles/Sábado
16 de Março de 2022 às 13:11
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A implementação da faturação eletrónica em Portugal tem sido mais lenta do que o previsto, estando as empresas nacionais na cauda da Europa no que toca à transformação digital.

O alerta é feito pela Seres, empresa especialista em serviços de transação eletrónica segura de documentos que, num comunicado enviado esta quarta-feira às redações, se apoia designadamente em dados do Eurostat que indicam que "quase 80% das empresas portuguesas estão atrasadas na transformação digital, estando mesmo nos últimos lugares da União Europeia".

Atualmente, apenas as grandes empresas estão obrigadas a utilizar a faturação eletrónica, enquanto as micro e as pequenas e médias empresas terão de o fazer apenas a partir de 30 de junho, depois de o Governo ter, devido à pandemia, adiado a entrada em vigor do estabelecido pela diretiva europeia.

Um cenário que terá contribuiu para "desacelerar" a sua implementação. "Relativamente ao grau de implementação da fatura eletrónica em Portugal nas PME e microempresas, o crescimento no último semestre do ano passado foi consideravelmente baixo, e a publicação do Decreto-Lei n.º 104/2021, de 27 de novembro, veio desacelerar ainda mais a procura de serviços de faturação eletrónica, visto que o mesmo alargou o prazo de implementação para este tipo de empresas até 30 de junho de 2022", diz Tiago Cancela, sales manager e corporate liaison da Seres Portugal, citado em comunicado.

E os dados do primeiro trimestre, refere, não são mais animadores, já que "verifica-se, em grande parte das empresas, uma despreocupação por este assunto, sendo em muitos casos apontado o custo de implementação como o principal fator".

Em simultâneo, "também se nota ainda alguma falta de conhecimento nas vantagens de implementação de serviços de fatura eletrónica", assinala o mesmo responsável, apontando que "muitas das empresas continuam a olhar para estas medidas de transformação digital das faturas como apenas mais um custo e não como algo verdadeiramente vantajoso" e que "para além de poder ser utilizado para as administrações públicas, também já se começa a estender para as empresas privadas".

Embora reconhecendo que, no início, as empresas não são muito recetivas à sua aplicação, a Seres insiste na "multiplicidade de benefícios", já que, entre outros, "reduz os tempos de cobrança, melhora o ROI [retorno sobre investimento] e oferece a possibilidade de aceder a novas formas de financiamento".

De acordo com um estudo sobre a fatura eletrónica em Portugal, descrito como o primeiro do tipo, levado a cabo pela Seres, durante o primeiro semestre de 2021 foram emitidas mais 2.824.638 faturas eletrónicas do que no mesmo período de 2020.

Um aumento com reflexos diretos nas poupanças das empresas, não só ao nível de despesas de gestão, mas também em termos do número de horas, o que permitiu "uma gestão de poupança de 47.383.100 euros", reitera a Seres.
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