Notícia
Governo admite que há "risco" de subida dos preços da eletricidade, mas será "pouco significativa"
O secretário de Estado da Energia, João Galamba, afirmou esta terça-feira que o Governo tentará "por tudo que não haja subidas do preço da eletricidade", e que a acontecer "não será muito elevada".
O secretário de Estado da Energia, João Galamba, reconheceu esta terça-feira que "há o risco" de os consumidores sentirem uma subida dos preços da eletricidade no próximo ano, face aos atuais valores do mercado grossista. No entanto, garantiu Galamba, essas subidas deverão ser reduzidas.
"Tentaremos por tudo que não haja subidas significativas no mercado doméstico da eletricidade. Com a informação que temos não podemos dizer com rigor que não haverá uma subida, ou se a subida será de 1%. A única coisa que podemos dizer é que não acontecerá uma subida de 30%, 40% ou 50%. Sabemos que a subida não será muito elevada, independentemente do aumento das tarifas em 2022", destacou o secretário de Estado, durante a apresentação de um estudo da APREN sobre o impacto das energias renováveis.
O governante não quis comprometer-se com "valores concretos", mas "face à enorme subida no mercado grossista, temos os meios para evitar aumentos significativos" junto dos consumidores, sublinhou. "Veremos a 15 de outubro", atirou.
Segundo João Galamba, "por características do nosso sistema tarifário, seja por termos 50% da eletricidade produzida com tarifas fixas, que no passado geravam custos mas agora vão gerar benefícios, seja pelo fim do contrato de aquisição de energia do Pego, há um conjunto de fatores que funcionam como um seguro e que mitigam a subida dos preços".
Estas tarifas garantidas, sublinha Galamba, estão "praticamente todas abaixo do preço grossista da eletricidade", pelo que a diferença entre o valor tarifa fixa e o preço do mercado reverte para o sistema.
Além disso, "é preciso não esquecer o enorme aumento de receitas do fundo ambiental, em virtude da subida dos custos das licenças de emissões de CO2", lembrou João Galamba, reforçando a idea já transmitida pelo ministro do Ambiente, de que o Governo dispõe de "almofadas" para evitar subidas do preço da luz nos consumidores. Apesar de ainda não ter os valores calculados, o secretário de Estado antecipa que as receitas do Fundo Ambiental este ano "serão maiores que o estimado há uns meses".
O secretário de Estado destacou ainda que, face a estas caracteristicas, "Portugal vai reduzir o seu diferencial face aos outros países europeus".
O governante não detalhou a preparação de outras medidas, mas afirmou que a intenção do Governo é "acelerar o que estamos a fazer", seja pela via dos leilões solares, seja através da facilitação de soluções de autoconsumo, às quais será dada uma "via verde". Galamba remeteu para "breve" a apresentação de um diploma para consulta pública.
Este terá impacto também nos consumidores industriais que, "por razões várias", estão a sentir um impacto "diferente", reconheceu Galamba, porque estão mais expostos ao preço da energia. Para estes, está a ser preparado um pacote de medidas para travar este impacto. "Queremos tirar pleno partido da figura do autoconsumo para todos os consumidores", referiu.
De resto, também o Orçamento do Estado deverá ser palco para o debate destes temas, antecipou João Galamba.
No que toca ainda a outras medidas, o governante deixou muitas críticas às propostas apresentadas esta segunda-feira pela coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, e às iniciativas do Governo espanhol para travar as subidas dos preços.
O Bloco propôs ontem a revisão da remuneração das barragens e das eólicas, devido a alegadas "rendas excessivas". Para João Galamba, estas são medidas que "criam ilusão de ganhos no curto prazo mas depois geram enormes perdas". A mesma crítica foi feita às medidas tomadas por Espanha, sendo a remuneração das barragens uma das soluções em causa.
"A ideia de que nunca foram cortadas rendas da eletricidade é desmentida pelos últimos quatro anos. Para o Bloco parece que nunca chega, e parece que quanto mais litigância estiver envolvida, melhor. E se forem ilegais, tanto melhor", atacou o secretário de Estado. "É incompreensível a posição do Bloco, que parece ter-se esquecido de medidas que apoiou no passado", disse ainda, referindo-se à crítica sobre as transferências para o sistema elétrico de receitas do fundo ambiental.
No caso das barragens, Galamba reforçou que, a ser aplicada em Portugal, a medida teria um impacto irrisório, de 199 MW, o equivalente a "sete ou oito milhões de euros", pelo que "é falso que o governo esteja a desperdiçar a oportunidade de ir buscar milhões".
No que toca às tarifas garantidas às eólicas, que Catarina Martins classificou como uma das rendas excessivas, Galamba refere que estas são "um seguro que protege os consumidores".
O governante atacou ainda a política do país vizinho, que está a preparar um "plano de ataque" à subida dos preços.
"Não percebemos a fixação de copy/paste com medidas que não têm aplicação em Portugal. Espanha é um péssimo exemplo de um país que fez tudo aquilo que parece ser a única coisa que preocupa o Bloco de Esquerda, com péssimos resultados para os consumidores", concluiu
"Tentaremos por tudo que não haja subidas significativas no mercado doméstico da eletricidade. Com a informação que temos não podemos dizer com rigor que não haverá uma subida, ou se a subida será de 1%. A única coisa que podemos dizer é que não acontecerá uma subida de 30%, 40% ou 50%. Sabemos que a subida não será muito elevada, independentemente do aumento das tarifas em 2022", destacou o secretário de Estado, durante a apresentação de um estudo da APREN sobre o impacto das energias renováveis.
Segundo João Galamba, "por características do nosso sistema tarifário, seja por termos 50% da eletricidade produzida com tarifas fixas, que no passado geravam custos mas agora vão gerar benefícios, seja pelo fim do contrato de aquisição de energia do Pego, há um conjunto de fatores que funcionam como um seguro e que mitigam a subida dos preços".
Estas tarifas garantidas, sublinha Galamba, estão "praticamente todas abaixo do preço grossista da eletricidade", pelo que a diferença entre o valor tarifa fixa e o preço do mercado reverte para o sistema.
Além disso, "é preciso não esquecer o enorme aumento de receitas do fundo ambiental, em virtude da subida dos custos das licenças de emissões de CO2", lembrou João Galamba, reforçando a idea já transmitida pelo ministro do Ambiente, de que o Governo dispõe de "almofadas" para evitar subidas do preço da luz nos consumidores. Apesar de ainda não ter os valores calculados, o secretário de Estado antecipa que as receitas do Fundo Ambiental este ano "serão maiores que o estimado há uns meses".
O secretário de Estado destacou ainda que, face a estas caracteristicas, "Portugal vai reduzir o seu diferencial face aos outros países europeus".
O governante não detalhou a preparação de outras medidas, mas afirmou que a intenção do Governo é "acelerar o que estamos a fazer", seja pela via dos leilões solares, seja através da facilitação de soluções de autoconsumo, às quais será dada uma "via verde". Galamba remeteu para "breve" a apresentação de um diploma para consulta pública.
Este terá impacto também nos consumidores industriais que, "por razões várias", estão a sentir um impacto "diferente", reconheceu Galamba, porque estão mais expostos ao preço da energia. Para estes, está a ser preparado um pacote de medidas para travar este impacto. "Queremos tirar pleno partido da figura do autoconsumo para todos os consumidores", referiu.
De resto, também o Orçamento do Estado deverá ser palco para o debate destes temas, antecipou João Galamba.
No que toca ainda a outras medidas, o governante deixou muitas críticas às propostas apresentadas esta segunda-feira pela coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, e às iniciativas do Governo espanhol para travar as subidas dos preços.
O Bloco propôs ontem a revisão da remuneração das barragens e das eólicas, devido a alegadas "rendas excessivas". Para João Galamba, estas são medidas que "criam ilusão de ganhos no curto prazo mas depois geram enormes perdas". A mesma crítica foi feita às medidas tomadas por Espanha, sendo a remuneração das barragens uma das soluções em causa.
"A ideia de que nunca foram cortadas rendas da eletricidade é desmentida pelos últimos quatro anos. Para o Bloco parece que nunca chega, e parece que quanto mais litigância estiver envolvida, melhor. E se forem ilegais, tanto melhor", atacou o secretário de Estado. "É incompreensível a posição do Bloco, que parece ter-se esquecido de medidas que apoiou no passado", disse ainda, referindo-se à crítica sobre as transferências para o sistema elétrico de receitas do fundo ambiental.
No caso das barragens, Galamba reforçou que, a ser aplicada em Portugal, a medida teria um impacto irrisório, de 199 MW, o equivalente a "sete ou oito milhões de euros", pelo que "é falso que o governo esteja a desperdiçar a oportunidade de ir buscar milhões".
No que toca às tarifas garantidas às eólicas, que Catarina Martins classificou como uma das rendas excessivas, Galamba refere que estas são "um seguro que protege os consumidores".
O governante atacou ainda a política do país vizinho, que está a preparar um "plano de ataque" à subida dos preços.
"Não percebemos a fixação de copy/paste com medidas que não têm aplicação em Portugal. Espanha é um péssimo exemplo de um país que fez tudo aquilo que parece ser a única coisa que preocupa o Bloco de Esquerda, com péssimos resultados para os consumidores", concluiu