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“Golpe de estado” na Linklaters leva à saída de três advogados
A Linklaters dispensou três advogados depois de ter descoberto que estavam a preparar um projecto concorrente em associação com uma grande firma internacional. Jorge Bleck fala de "um golpe de Estado".
A Linklaters, uma das cinco sociedades de advogados que mais facturam em Portugal, dispensou três causídicos da sua equipa, depois de ter descoberto que estavam a preparar um projecto alternativo e concorrente em associação com uma grande firma internacional.
Jorge Bleck, advogado-líder da sociedade britânica em Portugal, confirmou ao Jornal de Negócios as saídas, após ter confirmado aquilo que qualifica como "um golpe de Estado".
Os três advogados dispunham de um plano de negócios, preparado ao longo dos últimos meses, que se terão esquecido de apagar de um computador da sociedade, facto que acabou por ser descoberto pela Linklaters.
Os sócios "deram um período de tempo para os advogados se retractarem, o que não aconteceu", afirmou Jorge Bleck.
No início, os advogados terão negado a existência do projecto, mas acabaram por confessar o seu envolvimento depois de serem confrontados com as provas.
Estes três advogados estariam alinhados com outros dois que saíram da Linklaters no início deste ano. Este grupo de cinco juristas estariam a preparar a abertura, em Portugal, de uma outra grande firma internacional.
A Linklaters é uma das maiores firmas de advogados da Europa, com mais de dois mil juristas nos seus quadros. Em Portugal, a equipa integra 35 advogados e é a mais rentável do país.
Entretanto, António Payan Martins (um dos três advogados que saiu da Linklaters) desmentiu ao Jornal de Negócios toda a a versão de Jorge Bleck e disse: "Há coisas que se dizem quando o barco está a ir ao fundo". O advogado sublinha que esta é "uma posição estritamente pessoal".
Mas Payan Martins já diz falar pelos três advogados "dissidentes" quando desmente ter sido despedido da Linklaters.
"Temos vários projectos em análise. Quando a Linklaters soube, fez tudo para que ficássemos. Deu-nos tudo. Nós não quisemos e saimos", remata Payan Martins.