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Gol compra controlo da nova Varig por 206 milhões

A Gol Linhas Aéreas, segunda maior companhia aérea brasileira, anunciou a compra do controle da Varig, empresa mais tradicional do sector aéreo, por 275 milhões de dólares (cerca de 206 milhões de euros). Trata-se do maior negócio da aviação civil brasile

29 de Março de 2007 às 09:11
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A Gol Linhas Aéreas, segunda maior companhia aérea brasileira, anunciou a compra do controle da Varig, empresa mais tradicional do sector aéreo, por 275 milhões de dólares (cerca de 206 milhões de euros). Trata-se do maior negócio da aviação civil brasileira, estando a operação ainda sujeita à obtenção das aprovações das autoridades reguladoras, de acordo com a imprensa brasileira.


A chilena LAN, que já havia investido 17,1 milhões de dólares (12,1 milhões de euros) na nova Varig, também estava na disputa, mas, se fosse a compradora, iria esbarrar na limitação de 20% de participação de empresas estrangeiras em companhias de aviação.

 

O presidente da companhia aérea Gol, Constantino de Oliveira Júnior, justificou o valor pago pelo controlo da Nova Varig com os investimentos já feitos pelo antigo controlador para manter a companhia em operação. O responsável explicou que na época do leilão de venda a empresa operava com duas aeronaves e hoje detém 17.

 

Após o leilão, a VarigLog anunciou que faria investimentos na nova empresa da ordem de 485 milhões de dólares (363 milhões de euros), sendo 150 milhões de dólares (112 milhões de euros) concretizados em até 30 dias. Também assumiu o compromisso de 245 milhões de reais (88,8 milhões de euros) em bilhetes emitidos e o passivo (milhas acumuladas) de 70 milhões de reais (quase 25,3 milhões de euros) do programa Smiles.


Segundo a Gol, o pagamento será feito com 10% de capitais próprios (98 milhões de dólares, ou seja, 73,4 milhões de euros)  e com a entrega de cerca de 6,1 milhões de acções preferenciais emitidas, que representam aproximadamente 3% do total de papéis da companhia. O valor chegará a 320 milhões de dólares (239 milhões de euros) com o compromisso da Gol de honrar 100 milhões de títulos de empresas já emitidos pela VRG (nova Varig).

A compra da nova Varig, que continuará a operar como marca independente, foi feita por meio de uma empresa chamada GTI S.A, uma subsidiária da Gol, o que evita riscos de contaminação dos passivos bilionários da antiga Varig, que tem dívidas trabalhistas, tributárias e de providência social.

Desde que arrematou a Varig em leilão, em Julho do ano passado, a VarigLog demonstra o objectivo de vender a companhia, tanto que demitiu funcionários e passou a operar com 17 aeronaves. Só em Dezembro a Nova Varig conseguiu autorização de voo da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

A Gol pretende introduzir na Varig no segmento “low-cost” (baixo custo e eficiência operacional), o que poderá inclusive reduzir tarifas aos consumidores, segundo o presidente da Gol, Constantino Júnior.

Segundo o gestor, as linhas internacionais da Varig serão mantidas, mas o número de destinos serão ampliados, mantendo a empresa com uma operação independente da Gol. "Cada uma com a sua vocação irá tentar atrair os seus clientes através da sua vocação", disse.

Liderança

Ao comprar a Varig, a Gol ainda não tem liderança do mercado, que é da TAM, mas chega mais perto da concorrente e, no futuro, pode lutar pela liderança.

Em Fevereiro, a Gol apareceu em segundo lugar na participação de mercado nos voos internacionais em Fevereiro, com 18,94%, atrás apenas da TAM, que tem 61,01%. A Nova Varig estava em terceiro, com 11,82% dos passageiros transportados por companhias aéreas. A BRA tinha 7,89% de participação.

No mercado doméstico, TAM e Gol conseguiram juntas 87,59% do segmento. A TAM fica com 47,33% e a Gol com 40,26%. A Nova Varig detém 4,57% das linhas domésticas, à frente da BRA (2,98%) e da OceanAir (2,04%).

Nova e velha Varig

A chamada Nova Varig é a fatia da empresa que foi arrematada em leilão em Julho passado e que ficou com as marcas Varig e Rio Sul, além das operações das empresas. A empresa tem hoje 17 aviões e voa para 18 destinos domésticos e internacionais.

Já a velha Varig herdou as dívidas estimadas em 7,9 mil milhões de dólares (quase 5,9 mil milhões de euros), cuja previsão de pagamento dos credores é de 20 anos. A empresa ficou com a marca Nordeste, com o direito de operar voos entre São Paulo e Porto Seguro, mas ainda não tem nenhum avião. Esta é a única que permanece em recuperação judicial.

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