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Galp estuda dispersão em bolsa do negócio de exploração e produção

A dispersão em bolsa de até 25% do capital da área de exploração e produção, no final de 2010, é uma das soluções que a Galp Energia está a estudar para financiar o ambicioso plano de investimentos que vai ter em curso até 2013, no valor de 5,9 mil milhões de euros, revelou o CEO da petrolífera, adiantando que não foi confrontado qualquer indicação por parte dos accionistas.

05 de Março de 2009 às 16:45
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A dispersão em bolsa de até 25% do capital da área de exploração e produção, no final de 2010, é uma das soluções que a Galp Energia está a estudar para financiar o ambicioso plano de investimentos que vai ter em curso até 2013, no valor de 5,9 mil milhões de euros, revelou o CEO da petrolífera, adiantando que não foi confrontado qualquer indicação por parte dos accionistas.

“Estamos a estudar a hipótese de fazer um “spin-off” na área de exploração e produção e colocar essa nova empresa em bolsa”, disse Manuel Ferreira de Oliveira num almoço com jornalistas, para explicar o plano estratégico da Galp Energia no período entre 2009-2013.

Esta é apenas uma das soluções disponíveis para a Galp financiar o seu plano de expansão. Se for esta a avançar, o presidente executivo da Galp diz que “a ideia será dispersar entre 20% e 25% da nova empresa, mantendo o controlo do restante capital”, à semelhança do que fez a EDP, com o negócio das renováveis, por exemplo.

“Há muitas empresas no mundo, que fazem exploração e produção, que já optaram por este modelo”, argumenta o gestor, lembrando que, por exemplo, o” modelo do Grupo Sonae tem sido sempre este: alavancar o crescimento sempre através da colocação em bolsa de cada uma das áreas de negócio”.

Outra área que pode ir ser alvo de uma operação semelhante na Galp é “a das infra-estruturas de gás e electricidade, que tem uma base de activos na ordem dos mil milhões de euros”, referiu.

Questionado sobre se a actual crise financeira não pode comprometer estes planos, Ferreira de Oliveira defendeu que “a situação do mercado não nos preocupa tanto, porque é algo para acontecer só dentro do ano e acreditamos que nessa altura tudo estará melhor”.

A Galp tem hoje um “cash-flow” operacional na ordem dos 800 milhões de euros. O CEO da Galp diz que “temos um ‘EBITDA’ forte, mas não é suficiente para cobrir o ambicioso plano de investimentos”.

No final de 2008, a liquidez da empresa era de 600 milhões de euros e tinha uma dívida de 1.864 milhões de euros. O rácio de dívida líquida sobre EBITDA era de 84%, contra 31% no fim de 2007.

“Isto não nos preocupa em nada”, disse o responsável, salientando que “a Galp não está num situação aflitiva de capital até 2010”.

As necessidades de financiamento de 2009 vão ser cobertas por crédito adicional, com uma linha de crédito no valor de 500 milhões de euros contratada na semana passada com o BEI – Banco Europeu de Investimento.

“Estamos agora a negociar novas linhas de crédito com a banca comercial, num montante que ainda não podemos revelar, mas que vamos fechar muito brevemente”, revelou, sem querer avançar com detalhes.

Aumento de capital não é a única opção

Sobre o financiamento, Ferreira de Oliveira reiterou “que o aumento de capital é a opção mais óbvia, mas não é a única e não estamos certos que seja a melhor”, admitindo que “pode vir mesmo a ser uma solução mista [OPV e aumento de capital mais pequeno na ‘holding’].

“Outra opção que não é descartável é a alienação de activos. Não sabemos ainda quais”, assumiu.

A comissão executiva está neste momento a fazer o estudo das alternativas. Até ao final do semestre vai fazer uma proposta ao conselho de administração, que depois será sujeito à aprovação dos accionistas, para implementar durante o segundo semestre de 2010.

“Não fomos confrontados com qualquer indicação por parte dos accionistas. A Amorim Energia, Eni e CGD são os três accionistas com o mesmo poder na empresa e querem a melhor solução para a empresa. Não descartam nenhuma hipótese. A gestão da empresa se soubesse que há algum cenário que é rejeitado à partida por um dos accionistas não ia avançar nesse sentido e comprar uma guerra”, quis deixar claro o presidente executivo da Galp, rejeitando cenários de instabilidade accionista.

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