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Fusão GDP/Suez agita Governo francês
O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, prepara-se para enfrentar hoje e amanhã mais uma dura batalha para convencer os membros da aliança partidária (UMP) que apoia o seu Governo a darem luz verde ao projecto de lei que permitirá a fusão da G
O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, prepara-se para enfrentar hoje e amanhã mais uma dura batalha para convencer os membros da aliança partidária (UMP) que apoia o seu Governo a darem luz verde ao projecto de lei que permitirá a fusão da Gaz de France (GDF) com o consórcio franco-belga Suez.
A mega operação no sector energético, desencadeada para travar a ofensiva hostil da italiana Enel sobre a Suez, está a gerar hostilidades no seio da maioria parlamentar e, de acordo com a imprensa francesa, o projecto de lei não reúne sequer unanimidade no Governo.
Entre os cépticos está Jean-Louis Borloo, ministro da Coesão social, que esta semana voltou a defender que a intervenção do Governo só é justificada se se comprovar que a operação se reveste de um interesse "vital e estratégico".
Villepin volta hoje à Assembleia Nacional (e amanhã comparece no Senado) no âmbito do debate sobre o aprovisionamento energético em França, depois de ontem ter sido duramente questionado sobre os fundamentos do projecto de lei, designadamente por membros da bancada da UMP.
Os parlamentares não terão gostado de ouvir o primeiro-ministro afirmar estar «determinado» em levar «rapidamente» a bom porto uma fusão que receiam irá limitar as opções de escolha dos consumidores e abrir caminho à fixação de preços mais elevados.
Com 38 mil trabalhadores, a GDF é detida em 80,2% pelo Estado francês, tendo no ano passado o seu volume de negócio ascendido a 22,4 mil milhões de euros. Grupo privado desde 1987, a Suez tem 43% de capitais franceses, 160.700 trabalhadores e o dobro do volume de negócios da GDF.