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Fujifilm duplica equipa e reparação de endoscópios em Gaia até 2020
O grupo japonês investiu meio milhão de euros nas novas instalações deste centro de serviços internacional, que podem receber até 3.500 equipamentos por ano e mais jovens engenheiros biomédicos e electrotécnicos.
O centro de serviços especializados da Fujifilm em Vila Nova de Gaia vai terminar este ano com a reparação de um milhar de aparelhos de endoscopia, com a administração desta estrutura técnica de âmbito ibérico a estimar a duplicação desse registo até 2020, dobrando também o número de trabalhadores, dos actuais 15 para 30.
Como o Negócios noticiou em Dezembro de 2017, a multinacional japonesa decidiu concentrar em Portugal a actividade de reparação de endoscópios, prestando toda a assistência técnica ao mercado português e espanhol – com a excepção da Catalunha – e também a nível europeu em várias linhas de equipamentos desta categoria.
Na inauguração das novas instalações deste centro de serviços, que somam 430 metros quadrados e que representaram um investimento de meio milhão de euros, o presidente da Fujifilm para Portugal e Espanha, Pedro Mesquita, apontou como objectivo a expansão desta actividade para outros mercados. A começar pelos dois países africanos de língua portuguesa em que está presente: Angola e Cabo Verde.
A equipa de 15 técnicos reparadores localizada na margem Sul do Douro tem formação em Engenharia Biomédica e Electrotecnia e idades compreendidas entre os 25 e os 32 anos. Ricardo Amado, director técnico para a área de serviços profissionais dos sistemas médicos na estrutura ibérica da Fujifilm, destacou a "diferenciação" alcançada no seio do grupo nipónico por conseguir aqui "contratar profissionais de engenharia com competências académicas fundamentais".
A "pesada" área médica
A nível europeu, a endoscopia é considerada um segmento estratégico, valendo mais de 20% das receitas na área médica. No negócio da Fujifilm no mercado português, que também abarca as restantes grandes áreas do grupo – como a gráfica ou a original da fotografia –, os sistemas médicos asseguram já um terço (33%) do negócio. Numa outra localização de Gaia, a empresa tem inclusive um centro tecnológico que desenvolve "workflows" clínicos para centenas de hospitais de todo o mundo, da Ásia à América Latina.
"Esta área de cuidados médicos é importantíssima e queremos expandi-la. Quando cá cheguei disse que queríamos acrescentar mais valor aos clientes – e isso é mais do que tecnologia, são também estes serviços profissionais", resumiu Pedro Mesquita, o radiologista de formação que no início deste ano assumiu a gestão das sucursais ibéricas da Fujifilm, sucedendo ao espanhol Antonio Alcalá.
Com sede em Tóquio, o grupo Fujifilm agrega um total de 277 empresas e mais de 78.500 trabalhadores em todo o mundo, dos quais 4.500 na Europa. Neste âmbito de actividade, a multinacional tem vindo a desenvolver e a patentear várias tecnologias de imagem aplicadas à saúde e que inovam os meios de diagnóstico, com aplicações à endoscopia e à imagiologia.