O presidente do Fundo de Reestruturação Ordenada da Banca (FROB), Antonio Carrascosa, anunciou na quinta-feira que a entidade responsável por gerir os “activos tóxicos” imobiliários que serão retirados dos bancos terão um valor líquido de 60 a 70 mil milhões de euros, segundo o jornal espanhol “El Mundo”.

Um montante que implica um desconto de 53,5% a 60% face ao valor contabilístico de 150 mil milhões de euros a que estavam contabilizados no dia 31 de Dezembro de 2011, revela a publicação.

A Sociedade de Gestão dos Activos Procedentes da Reestruturação Bancária (Sareb) terá a responsabilidade de gerir os activos que estão a contribuir para a instabilidade no sector bancário espanhol, depois de ter havido uma bolha especulativa no mercado imobiliário do país, amplamente alimentada pelo crédito hipotecário.

Antonio Carrascosa disse à imprensa que já foram aplicados quatro cortes às avaliações dos activos imobiliários que foram retirados dos bancos espanhóis para serem colocados na entidade criada pelo FROB para os gerir. Sem adiantar um valor específico para o preço de transferência final, afiançou que a avaliação será “conservadora”.

O objectivo do FROB é que a operação seja “rentável” tanto para os bancos como para o organismo criado pelo Estado espanhol.

Sareb terá 15 anos para se desfazer dos “activos tóxicos”

Antonio Carrascosa disse que o FROB tem um calendário de “desinvestimento realista” e disse que foi criado um prazo máximo de 15 anos para que a Sareb venda todos os activos imobiliários que detém. Contudo, espera que a “liquidação ordenada e razoável” seja feita num prazo mais curto, sinalizando uma recuperação da actividade no mercado imobiliário.