O director do «Diário de Notícias» (DN), Fernando Lima, negou ontem, ao princípio da noite, ter apresentado a demissão do cargo. Em declarações à agência Lusa, Fernando Lima disse: «Não apresentei a demissão de director do Diário de Notícias e tenho todo o apoio do presidente do conselho de administração da Lusomundo Media, Miguel Horta e Costa».

Fernando Lima vem assim desmentir a notícia adiantada, ontem a meio do dia, pelo "publico.pt" que noticiava, para além da demissão, que também o director-adjunto, Francisco Azevedo e Silva, e os subdirectores António Oliveira e Castro e Francisco Ferreira da Silva deveriam sair do jornal.

Antes do desmentido de Fernado Lima, Mário Bettencourt Resendes, vice-presidente da Lusomundo Media tinha-se escusado a tecer qualquer comentário ao "Jornal de Negócios". Já o conselho de redacção disse estar na "expectativa. Nada nos foi transmitido oficialmente".

A notícia da saída do director do DN surgiu um dia depois do conselho de redacção do jornal ter emitido um comunicado a denunciar o "mal estar interno devido aos acontecimentos que têm posto o DN na primeira linha de actualidade pelos piores motivos".

O documento solicitava esclarecimentos para o facto de Fernando Lima ter sido "reiteradas vezes despedido em praça pública" e sublinhava a "evidente degradação da capacidade interventiva da direcção (...) e a perda de qualidade editorial" do DN.

O texto qualificava de "inaceitável a "subalternização de temas polémicos" como o caso da ida de Durão Barroso para Bruxelas, a demissão do director nacional da Polícia Judiciária e a vinda a Portugal do "barco do aborto". Os membros do conselho de redacção da publicação reagiram publicamente um dia após o comunicado de Clara Ferreira Alves anunciar a recusa do lugar de directora.