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Experiência profissional no sector é a falha de Alberto da Ponte

A equipa escolhida para a RTP pode conseguir complementar-se, mas a Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública aponta falta de experiência profissional no sector de Alberto da Ponte e de Luiana Nunes e falta de formação profissional e académica de Lopes Araújo.

07 de Setembro de 2012 às 10:14
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A Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (CReSAP) considerou adequada a escolha de Alberto da Ponte para presidente da RTP, dando igual parecer aos outros dois administradores - José Lopes Araújo e Luiana Nunes.

No entanto, Alberto da Ponte falha na experiência profissional no mercado de media, deficiência que a CReSAP diz poder ser compensada pelo conhecimento do sector que os outros dois elementos do conselho de administração garantem.

"Apesar da sua experiência profissional ser no mercado alimentar e de distribuição alimentar, o que poderá consistir numa limitação, o exercício de cargos de gestão de topo permite a aquisição de competências transferíveis para outros sectores de actividade económica, tais como liderança, orientação estratégica, orientação para resultados (salienta-se que, em funções de gestão de topo, as competências transferíveis podem corresponder a cerca de 80% versus cerca de 20% de competências específicas ao mercado em causa)", lê-se no parecer público da Comissão que avalia os gestores públicos, liderada por João Bilhim. A Comissão tem de ser consultada, mas o seu parecer não é, no entanto, no caso dos gestores públicos vinculativo.

O parecer continua dizendo que a ausência de experiência nos media de Alberto da Ponte "é compensada por outros elementos do conselho de administração que têm profundo conhecimento deste mercado".

Para a Comissão, o percurso como gestor de Alberto da Ponte sugerem "competências de liderança, uma orientação para os resultados, bem como uma orientação estratégica". Alberto da Ponte foi gestor de topo em empresas como a Unilever, Schweppes, Jerónimo Martins, Central de Cervejas. No parecer, a Comissão lembra os processos de reestruturação que Alberto da Ponte já empreendeu no passado, como seja o da Lever que levou à redução de 80 postos de trabalho. Outros projectos são referidos para determinar que, segundo a Comissão, tem orientação para a gestão de mudança e de inovação e capacidade de colaboração.

Com a análise ao seu currículo, a Comissão de João Bilhim considerou adequada a escolha de Alberto da Ponte em todos os critérios de análise (liderança, colaboração, motivação, orientação estratégica, orientação para resultados, orientação para o cidadão e serviço de interesse público, gestão da mudança e inovação, sensibilidade social, formação académica, formação profissional e aptidão para o cargo). Só a experiência profissional levou um sinal de adequado com limitações.

No caso de Luiana Nunes, houve dois critérios com adequação mas limitada. São os casos da orientação para o cidadão e serviço de interesse público e a experiência profissional. "Apesar de poder ser uma limitação a sua reduzida experiência no sector de actividade em causa (menos de um ano), a sua experiência na área financeira, nomeadamente em processos de reestruturação de passivos (por exemplo na própria RTP em 2002), o envolvimento em operações de 'acquisition finance' (envolvendo montantes globais superiores a quatro mil milhões de euros) ou ainda a participação de operações de financiamento é indiciadora de vir a ser uma mais-valia na gestão estratégica da RTP".

Também no caso desta gestora é realçada a sua preocupação na racionalização de custos e processos, nem como na reestruturação e redimensionamento da estrutura.

Já José Lopes Araújo mereceu da CReSAP avaliação de adequado em nove critérios, ficando três com limitações (liderança, formação académica e formação profissional).

"A personalidade em causa obtém neste parecer algumas limitações na formação académica e na formação profissional precisamente por nunca expressar no seu curriculum vitae qualquer preocupação por acompanhar a sua evolução na carreira com formação académica, portadora de grau, ou com formação profissional ao longo da vida". E acrescenta: "aqui a ausência de formação profissional ainda é mais grave por nunca se ter preocupado com as áreas de gestão e, mesmo no direito onde, por exemplo, o direito da comunicação social ganhou em Portugal alguma projecção, se encontra a mínima referência no seu CV". É por isso que em jeito de conclusão, a Comissão diz que Lopes Araújo evoluiu na carreira como jornalista e director de serviços de comunicação, mas não se preocupou com formação complementar.

É pela análise das três personalidades que a CReSAP conclui que é uma equipa que "se a dinâmica da equipa for bem gerida pelo presidente, que indicia no CV capacidade e aptidão para tanto, poderá ter grandes sinergias pelas complementaridades que expressa".
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