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Euronext Lisbon obrigada a vender 60% do negócio em 2007
As bolsas da União Europeia (UE) preparam-se para assinar na próxima semana um acordo para a redução dos custos de negociação de acções nos 25 Estados-membros, segundo avançou o Financial Times na edição de anteontem. Um dos compromissos deste acordo pass
As bolsas da União Europeia (UE) preparam-se para assinar na próxima semana um acordo para a redução dos custos de negociação de acções nos 25 Estados-membros, segundo avançou o Financial Times na edição de anteontem. Um dos compromissos deste acordo passa pela separação da actividade de "trading" dos serviços de liquidação e compensação até ao final do próximo ano, o que implica que a Euronext Lisbon será obrigada a vender a Interbolsa.
A Interbolsa é o organismo responsável pela liquidação e custódia de títulos e que representava no primeiro semestre deste ano cerca de 60% das receitas totais da Bolsa de Lisboa.
De acordo com o diário britânico, as bolsas europeias e as entidades responsáveis pela liquidação e compensação, a LCH Clearnet e a Clearstream, vão assinar no âmbito deste acordo um código de conduta que irá introduzir maior transparência e concorrência nos serviços de pós-negociação, de forma a assegurar o pagamento e entrega das acções ao cliente. Este código estabelece três compromissos para 2007.
Um desses pontos prevê que, até ao final do próximo ano, as bolsas integradas sejam obrigadas a separar os sistemas de "trading" das operações de liquidação e compensação. Sendo a única praça da plataforma pan-europeia com um sistema de liquidação próprio, a Euronext Lisbon deverá ser obrigada, no âmbito deste acordo, a abdicar do controlo da Interbolsa. Contactada pelo Jornal de Negócios, a Euronext Lisbon não quis fazer comentários.
No universo Euronext, a liquidação encontra-se integrada na Euroclear, onde a bolsa pan-europeia detém 41% do capital e 25% dos direitos de voto. Quanto à compensação, os serviços são assegurados para todas as praças, incluindo Lisboa, pela LCH Clearnet onde a plataforma detém 3% do capital.
O modelo vertical de bolsas como a Deutsche Boerse e as praças de Espanha e Itália, que operam em simultâneo como plataforma de negociação e fornecedor de serviços de liquidação e compensação, tem sido alvo de críticas dos bancos.