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EUA: Contas russas compraram 100 mil dólares em anúncios políticos no Facebook

Cerca de 470 contas de Facebook falsas associadas a uma empresa com ligações ao Kremlin compraram 3.000 anúncios com mensagens em temas fracturantes e que dividem o eleitorado, como questões raciais ou imigração, anunciou a empresa.

Reuters
07 de Setembro de 2017 às 14:45
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O Facebook divulgou esta quarta-feira novas provas de que a Rússia interferiu com a campanha presidencial norte-americana do ano passado. De acordo com um post do director de segurança do Facebook, Alex Stamos, foram gastos mais de 100 mil dólares em 3.000 anúncios naquela rede social, associados a 470 contas e páginas falsas. Essas contas foram criadas pela empresa russa The Internet Research Agency, que as autoridades norte-americanas dizem ser financiada por um aliado de Putin com ligações às secretas russas, escreveu o The New York Times.

 

A rede social diz que os referidos 100 mil dólares foram gastos em anúncios entre Junho de 2015 e Maio de 2017 e que "a grande maioria" deles não fazia alusões às eleições presidenciais nem apelava ao voto em Donald Trump. "Os anúncios e as contas pareciam antes focar-se em amplificar mensagens políticas e sociais fracturantes", abordando temas como "questões ligadas ao LGBT, imigração, questões raciais ou a posse de armas", escreveu Alex Stamos.

 

Cerca de "um quarto desses anúncios estavam geograficamente direccionados", e a maioria deles esteve mais visível em 2015 do que 2016. O comportamento destas contas, a amplificar mensagens fracturantes, já tinha sido identificado em Abril deste ano pelo Facebook como sendo uma das técnicas utilizadas para tentar condicionar o pensamento dos utilizadores da rede social.

 

De acordo com a investigação da empresa, a compra dos anúncios terá sido concretizada fora da Rússia. As contas e páginas ainda activas foram entretanto fechadas. A empresa detectou ainda, numa busca mais ampla, que foram gastos outros 50 mil dólares em 2.200 anúncios potencialmente ligados a questões políticas, numa tentativa de descobrir quais os que foram comprados dentro da Rússia. Neste caso, contudo, estão contas com poucos ou nenhuns sinais de estarem ligadas a qualquer organização ou movimento, e que não violaram nenhuma política da empresa.

 

O Facebook diz que pretende continuar a trabalhar com as autoridades norte-americanas nesta matéria. Os EUA têm estado a investigar a participação russa nas eleições do ano passado e de que forma o envolvimento de hackers desse país pode ter influenciado o acto eleitoral. Têm aliás sido revelados vários encontros entre membros da equipa de Donald Trump com elementos ligados à Rússia e ao Kremlin.

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