Notícia
Estudo: Sector privado da água é mais eficaz e presta melhor qualidade de serviço
O estudo comparativo do Instituto Superior Técnico também aponta que as tarifas praticadas pelos operadores privados seriam mais baixas se operassem nas mesmas condições que os públicos.
O sector público presta um melhor serviço do que o privado no fornecimento de água? E os operadores privados cobram mais pela água face aos públicos? Estas são duas das perguntas de partida do estudo realizado pelo Instituto Superior Técnico (IST) com o objectivo de comparar o desempenho dos operadores privados e públicos no sector da água em Portugal.
O sector privado da água em Portugal serve cerca de 20% da população. Apesar do seu menor peso, os investimentos realizados ascendem a 40% do total de investimentos realizados no país nos serviços de abastecimento de água e saneamento (SAAS), num total de 1.049 milhões de euros.
O estudo começou por focar-se em três questões. Na primeira, perguntava-se se os investimentos realizados pelos operadores privados seriam menos produtivos dos que os efectuados pelos operadores públicos.
Analisando os investimentos realizados e a sua eficiência no serviço de abastecimento de água, assim como a evolução da cobertura do serviço de abastecimento, o estudo conclui que os "operadores privados revelam maior eficácia ao nível da realização dos investimentos".
A segunda questão questionava se os operadores privados prestam uma qualidade de serviço pior do que os operadores públicos, motivada pela sua redução dos seus gastos para maximizarem os seus lucros?
O estudo começou por olhar para diversos indicadores de forma a compará-los: o serviço de apoio ao cliente no serviço de abastecimento de água, as falhas de abastecimento de água, a água não factura e as perdas de água na rede.
No indicador água não facturada - á água que é captada, transportada, armazenada e distribuída mas que não chega aos consumidor final -, os operadores privados atingiram em 2015 um nível de 20% de água não facturada, enquanto os serviços municipais atingiram um nível de 44,2%.
O estudo da autoria do professor do Técnico Rui Cunha Marques conclui, na segunda questão, que os "operadores privados prestam uma melhor qualidade de serviço".
A terceira questão aborda as tarifas. Concretamente, se os operadores privados praticam tarifas mais elevadas do que os operadores públicos, maximizando os seus lucros.
O estudo começou por analisar o encargo médio mensal das famílias com os serviços de abastecimento de água e saneamento. "Numa primeira análise fica a ideia de que os operadores privados, efectivamente, praticam preços superiores, quando comparados com os demais operadores".
Mas o estudo destaca que "existem algumas condicionantes que o sector privado se encontra obrigado a assumir e a respeitar que são, naturalmente, repercutidas no preço final a cobrar aos utilizadores".
A saber, os investimentos que os operadores privados são obrigados a realizar, e sem a possibilidade de recorrer a fundos comunitários, ao contrário do que acontece com as entidades públicas. Se tivesse acesso a estes fundos, os privados teriam "margem para redução das tarifas praticadas" em 15 cêntimos por metro cúbico.
Em relação às retribuições, o montante que os privados pagam as autarquias pelas concessões, a "potencial poupança" atingiria os 19 cêntimos por metro cúbico, caso estas retribuições não existissem.
Feitas as contas, e retirando o efeito da retribuição e dos fundos comunitários, o estudo concluiu que os "operadores privados, em condições equiparáveis, praticam tarifas e encargos mais módicos".
O sector privado da água em Portugal serve cerca de 20% da população. Apesar do seu menor peso, os investimentos realizados ascendem a 40% do total de investimentos realizados no país nos serviços de abastecimento de água e saneamento (SAAS), num total de 1.049 milhões de euros.
Analisando os investimentos realizados e a sua eficiência no serviço de abastecimento de água, assim como a evolução da cobertura do serviço de abastecimento, o estudo conclui que os "operadores privados revelam maior eficácia ao nível da realização dos investimentos".
A segunda questão questionava se os operadores privados prestam uma qualidade de serviço pior do que os operadores públicos, motivada pela sua redução dos seus gastos para maximizarem os seus lucros?
O estudo começou por olhar para diversos indicadores de forma a compará-los: o serviço de apoio ao cliente no serviço de abastecimento de água, as falhas de abastecimento de água, a água não factura e as perdas de água na rede.
No indicador água não facturada - á água que é captada, transportada, armazenada e distribuída mas que não chega aos consumidor final -, os operadores privados atingiram em 2015 um nível de 20% de água não facturada, enquanto os serviços municipais atingiram um nível de 44,2%.
O estudo da autoria do professor do Técnico Rui Cunha Marques conclui, na segunda questão, que os "operadores privados prestam uma melhor qualidade de serviço".
A terceira questão aborda as tarifas. Concretamente, se os operadores privados praticam tarifas mais elevadas do que os operadores públicos, maximizando os seus lucros.
O estudo começou por analisar o encargo médio mensal das famílias com os serviços de abastecimento de água e saneamento. "Numa primeira análise fica a ideia de que os operadores privados, efectivamente, praticam preços superiores, quando comparados com os demais operadores".
Mas o estudo destaca que "existem algumas condicionantes que o sector privado se encontra obrigado a assumir e a respeitar que são, naturalmente, repercutidas no preço final a cobrar aos utilizadores".
A saber, os investimentos que os operadores privados são obrigados a realizar, e sem a possibilidade de recorrer a fundos comunitários, ao contrário do que acontece com as entidades públicas. Se tivesse acesso a estes fundos, os privados teriam "margem para redução das tarifas praticadas" em 15 cêntimos por metro cúbico.
Em relação às retribuições, o montante que os privados pagam as autarquias pelas concessões, a "potencial poupança" atingiria os 19 cêntimos por metro cúbico, caso estas retribuições não existissem.
Feitas as contas, e retirando o efeito da retribuição e dos fundos comunitários, o estudo concluiu que os "operadores privados, em condições equiparáveis, praticam tarifas e encargos mais módicos".