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Estimativa: lucros da Brisa crescem 11,2% para 101,1 milhões

A Brisa deverá obter lucros de 101,1 milhões de euros (20,27 milhões de contos) no primeiro semestre deste ano, mais 11,2% que no período homólogo, de acordo com a média das estimativas dos analistas contactados pelo Negocios.pt.

28 de Agosto de 2001 às 10:36
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A Brisa deverá obter lucros de 101,1 milhões de euros (20,27 milhões de contos) no primeiro semestre deste ano, mais 11,2% que no período homólogo, de acordo com a média das estimativas dos analistas contactados pelo Negocios.pt.

As previsões dos quatro analistas contactados pelo Negocios.pt para os resultados líquidos da Brisa [BRISA] variaram entre os 98,5 milhões de euros (19,75 milhões de contos) e os 105,39 milhões de euros (21,13 milhões de contos).

Relativamente ao «cash-flow» operacional, ou EBITDA, a média das estimativas dos referidos analistas aponta para os 160,7 milhões de euros (32,22 milhões de contos), números que correspondem a um crescimento homólogo de 13%.

O volume de negócios registado pela concessionária de auto-estradas entre Janeiro e Junho deste ano deverá situar-se nos 216,5 milhões de euros (43,4 milhões de contos), mais 13,5% que nos primeiros seis meses de 2000.

No primeiro trimestre deste ano, a Brisa registou lucros de 48,2 milhões de euros (9,66 milhões de contos), o correspondente a um incremento homólogo de 11,3%.

Receitas beneficiam da recuperação do tráfego no segundo trimestre

«O tráfego melhorou bastante depois dos primeiros três meses do ano, que foram bastante maus», o que se reflectiu num aumento das receitas e dos resultados líquidos, defendeu Jesus Cabedo, analista do Dresdner Kleinwort Wasserstein.

Outro analista contactado pelo Negocios.pt, que preferiu não ser identificado, adiantou que os resultados semestrais «foram sem dúvida prejudicados pelos números do tráfego no primeiro trimestre, que foram afectados pelo mau tempo».

O tráfego médio diário (TMD) das auto-estradas da Brisa aumentou 4,9% nos primeiros seis meses do ano, face ao período homólogo, beneficiando da taxa de crescimento de 7,5% registada entre Abril e Junho, que compensou parcialmente o incremento de 3% verificado no primeiro trimestre.

O mesmo analista afirmou que «em termos de margens, é natural que não tenha havido um grande aumento, devido ao tráfego verificado no primeiro trimestre do ano e também pela abertura de um novo troço na A2», que só começou a gerar receitas depois do final do semestre.

Analistas consideram «positiva» troca da Brisatel por 17% da ONI

A Brisa trocou recentemente a sua participada na área das telecomunicações, a Brisatel, por uma posição de 17% na ONI, a operadora de telecomunicações do Grupo Electricidade de Portugal (EDP) [EDP], num negócio que envolveu também a participação de 4% que a Brisa detinha na ONI Way, consórcio de «Universal Mobile Telecommunications System» (UMTS), ou terceira geração móvel.

«Este foi uma jogada muito inteligente, porque a Brisa deu mais visibilidade à sua participação nas telecomunicações, com a integração num grupo mais forte», defendeu Jesus Cabedo.

Um outro analista considerou que, com este acordo, a Brisa «usa uma infra-estrutura que não estava a gerar valor, em troca de uma percentagem importante no segundo maior operador de telecomunicações português».

A corretora UBS Warburg defendeu, num estudo realizado em Agosto, que este negócio avalia a ONI em 718 milhões de euros (144 milhões de contos), o que colocaria a posição da Brisa na empresa de telecomunicações nos 122 milhões de euros (24,45 milhões de contos).

Saída do Estado do capital da Brisa tem «efeito psicológico»

No passado dia 16 de Julho, o Estado vendeu uma posição de 4,764% do capital da Brisa por um valor de 9,90 euros (1.985 escudos) por acção, deixando de estar representado directamente no capital da concessionária de auto-estradas.

Esta situação «pode contribuir para tornar a Brisa mais atraente» em termos bolsistas, uma vez que «deixa de existir o efeito psicológico de ter o Estado representado no capital», defendeu Bruno Miguel Silva, analista do BPI.

A mesma fonte sublinhou que a venda da participação do estado pode ainda «ter um efeito de clarificar melhor a estrutura accionista da empresa», um factor considerado «psicológico», mas que «poderá gerar algum interesse especulativo» por este título, sobretudo após a assembleia geral (AG) onde será votado o fim do limite de direito de votos.

Desde o início do corrente ano, as acções da Brisa valorizaram 8,5%, um comportamento que compara com as perdas de 26,6% acumuladas pelo PSI20 [PSI20], o principal índice da Bolsa de Valores de Lisboa e Porto (BVLP).

Perdas financeiras agravam-se com aumento da construção da rede; consolidação da CCR

Bruno Miguel Silva considerou ainda que as perdas financeiras da Brisa deverão ter aumentado no primeiro semestre, «o que tem a ver com o aumento da construção de auto-estradas e a consolidação da CCR», que deverá gerar um prejuízo, devido essencialmente à queda do real face ao dólar e restantes divisas.

A Brisa adquiriu recentemente uma participação de 20% no capital da brasileira CCR, por um valor de cerca de 134,6 milhões de euros (27 milhões de contos). A concessionária brasileira detém um conjunto de concessões que representam, em vendas, uma quota de mercado de cerca de 30%, o equivalente a um total de 1.276 Km, dos quais 1.200 Km já em exploração.

A Brisa vai apresentar os resultados relativos aos primeiros seis meses deste ano na próxima quarta-feira.

As acções da Brisa seguiam a cotar nos 10,33 euros (2.071 escudos), registrando uma descida de 0,19%.

Junto segue quadro comparativo com previsões dos analistas.

Entidade
Entidade Lucros Receitas EBITDA
BPI 98,5 216,1 161,4
Dresdner Kleinwort Wasserstein 105,39 217,4 160,6
UBS Warburg 99 216 160
BSN 101,6 186,4** 157,2
Média 101,1 216,5 159,8

* Valores em milhões de euros

**Inclui apenas receitas provenientes de portagens; não contribui para média

 

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