O Estado cancelou o aumento de capital da Caixa Geral de Depósitos já aprovado no Orçamento de Estado para 2004. A operação no valor de 400 milhões de euros tinha como objectivo financiar a internacionalização do banco público, em particular o negócio de compra do espanhol Atlántico.

Como a Caixa foi ultrapassada nesta transacção, o aumento de capital fica sem efeito porque "estava condicionado à concretização da compra do Banco Atlántico", esclareceu ao Jornal de Negócios, fonte oficial do Ministério das Finanças.

O reforço de capital da CGD, nos termos em que foi proposto como alteração ao Orçamento, representava um reforço dos activos do Ministério das Finanças com impacto no aumento da dívida pública. A operação visava "apoiar a aquisição de activos por parte desta instituição, em ordem à concretização de acções de internacionalização da sua actividade que venham a ser consideradas pelo Governo de interesse nacional".

A própria Caixa já tinha dito que a necessidade de um aumento de capital estava directamente ligada a uma eventual grande aquisição que viesse a fazer no quadro da sua internacionalização. Frustrada a compra do Atlántico, não restam à partida muitas alternativas para crescer em Espanha. Nem via aquisições nem via crescimento orgânico.