Notícia
Espanha tem dinheiro para salvar a banca?
Os jornais internacionais sentenciam o futuro de Espanha. A nacionalização do Bankia vai ter consequências. A banca espanhola precisa de se recapitalizar em valores gigantescos. Será este o primeiro passo para Espanha pedir ajuda externa?
Não parece haver dúvidas, na imprensa internacional, que a nacionalização do Bankia por parte do Governo espanhol encurta o espaço de tempo para que Mariano Rajoy vá bater à porta da Comissão Europeia e FMI a pedir dinheiro.
O Governo de Rajoy ficará com 100% do BFA e, consequentemente 45% do Bankia, podendo a injecção de capital chegar aos 10 mil milhões de euros.
Em quatro anos, Espanha intervém em oito entidades financeiras: Caja Castilla La Mancha (CCM), CajaSur, Caja de Ahorros del Mediterráneo (CAM), CatalunyaCaixa, Unnim, Novacaixagalicia, Banco de Valencia e agora BFA. Oito entidades no país que, escreve o "El Mundo", era tido como um dos sistemas financeiros mais sólidos da comunidade internacional".
O Bankia, criado em 2010 depois da fusão de sete bancos regionais ("cajas"), é o quarto maior banco regional. Tem mais de 10 milhões de clientes e 340 mil milhões em activos e 10% dos depósitos do sistema. Só que tem um grave problema no crédito imobiliário. A exposição imobiliária do Bankia atingirá os 32 mil milhões de euros. Alás, foi a bolha imobiliária que "tramou" os bancos espanhóis, à semelhança do que aconteceu na Irlanda.
E é por isso que a comparação da situação espanhola com a irlandesa é feita. Robert Peston, editor de negócios da BBC, deixa mesmo a ideia: "a grande questão para Espanha e para a zona euro é se esta é uma versão gigante da República da Irlanda". E, continua, as necessidades financeiras para a reabilitação dos bancos espanhóis são suportáveis pelos contribuintes espanhóis?
A Irlanda também insistiu, durante algum tempo, de que conseguia suportar a crise financeira, até que caiu aos braços da ajuda externa de 68 mil milhões de euros. A recapitalização já foi feita na Irlanda.
Mas a dimensão será menor que a espanhola. E é esta a tónica da maior parte dos comentários.
Qual é a dimensão da crise financeira espanhola? Já foi estimada uma necessidade de recapitalização da banca espanhola entre 100 e 250 mil milhões de euros para no final deste ano ter um core tier one de 9% conforme exige a Associação Europeia de Bancos. Mas os números são ficam por aqui. Os bancos espanhóis têm mais de 180 mil milhões de euros de empréstimos imobiliários com risco elevado nos seus balanços.
Face ao panorama, o governo de Rajoy deve aprovar amanhã, em conselho de ministros, o pacote para a banca, avançando o "Financial Times" que vai ser exigido aos bancos a contabilização de mais imparidades pelo crédito imobiliário. Já foram feitas imparidades compulsórias de 54 mil milhões de euros. Mas pode agora vir a exigir mais 30-35 mil milhões, com a exigência de uma maior cobertura destes créditos e dos imóveis que os bancos têm em carteira pela devolução.
"O risco é que até isto não seja suficiente", escreve o "Financial Times". E é nas páginas deste jornal económico que Roubini assume que Espanha vai ter de ser resgatada.
Há outras faces desta moeda explorada pela imprensa internacional. Uma delas é o facto de o Bankia ter feito uma dispersão em bolsa no ano passado, levando, agora, a perda dos pequenos accionistas. "Noutro sítio esta dispersão traria inquérito sobre as práticas de venda. Mas não em Espanha, ao que parece", escreve o FT.
O Governo de Rajoy ficará com 100% do BFA e, consequentemente 45% do Bankia, podendo a injecção de capital chegar aos 10 mil milhões de euros.
O Bankia, criado em 2010 depois da fusão de sete bancos regionais ("cajas"), é o quarto maior banco regional. Tem mais de 10 milhões de clientes e 340 mil milhões em activos e 10% dos depósitos do sistema. Só que tem um grave problema no crédito imobiliário. A exposição imobiliária do Bankia atingirá os 32 mil milhões de euros. Alás, foi a bolha imobiliária que "tramou" os bancos espanhóis, à semelhança do que aconteceu na Irlanda.
E é por isso que a comparação da situação espanhola com a irlandesa é feita. Robert Peston, editor de negócios da BBC, deixa mesmo a ideia: "a grande questão para Espanha e para a zona euro é se esta é uma versão gigante da República da Irlanda". E, continua, as necessidades financeiras para a reabilitação dos bancos espanhóis são suportáveis pelos contribuintes espanhóis?
A Irlanda também insistiu, durante algum tempo, de que conseguia suportar a crise financeira, até que caiu aos braços da ajuda externa de 68 mil milhões de euros. A recapitalização já foi feita na Irlanda.
Mas a dimensão será menor que a espanhola. E é esta a tónica da maior parte dos comentários.
Qual é a dimensão da crise financeira espanhola? Já foi estimada uma necessidade de recapitalização da banca espanhola entre 100 e 250 mil milhões de euros para no final deste ano ter um core tier one de 9% conforme exige a Associação Europeia de Bancos. Mas os números são ficam por aqui. Os bancos espanhóis têm mais de 180 mil milhões de euros de empréstimos imobiliários com risco elevado nos seus balanços.
Face ao panorama, o governo de Rajoy deve aprovar amanhã, em conselho de ministros, o pacote para a banca, avançando o "Financial Times" que vai ser exigido aos bancos a contabilização de mais imparidades pelo crédito imobiliário. Já foram feitas imparidades compulsórias de 54 mil milhões de euros. Mas pode agora vir a exigir mais 30-35 mil milhões, com a exigência de uma maior cobertura destes créditos e dos imóveis que os bancos têm em carteira pela devolução.
"O risco é que até isto não seja suficiente", escreve o "Financial Times". E é nas páginas deste jornal económico que Roubini assume que Espanha vai ter de ser resgatada.
Há outras faces desta moeda explorada pela imprensa internacional. Uma delas é o facto de o Bankia ter feito uma dispersão em bolsa no ano passado, levando, agora, a perda dos pequenos accionistas. "Noutro sítio esta dispersão traria inquérito sobre as práticas de venda. Mas não em Espanha, ao que parece", escreve o FT.