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E.ON regista imparidades de três mil milhões de euros

A eléctrica que concorreu à compra da participação do Estado português na EDP vai registar imparidades neste trimestre, que irão penalizar os seus resultados.

13 de Dezembro de 2011 às 12:52
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A E.ON prepara-se para encerrar seis gigawatts de capacidade de produção de energia eléctrica durante os próximos três, com algumas das suas unidades a chegarem ao final do seu período de vida útil e devido ao encerramento acelerado de algumas centrais nucleares.

A eléctrica alemã foi uma das eléctricas que concorreu à privatização dos 21,35% que o Estado português detém na EDP. A compra de uma participação na eléctrica portuguesa poderá ajudar a E.ON a compensar parte da produção eléctrica que vai reduzir devido ao encerramento antecipado de algumas centrais nucleares e ao final da vida útil de algumas centrais eléctricas.

Os três mil milhões de euros de imparidades que a E.ON se prepara para registar já levaram a gestão a alterar as suas estimativas para os resultados deste ano. O resultado ajustado deste ano previsto para a empresa está no intervalo entre 2,3 mil milhões de euros e 2,5 mil milhões de euros, enquanto uma estimativa anterior apontava para lucros de 2,1 mil milhões de euros a 2,6 mil milhões de euros.

Uma alteração relativizada pela gestão: "Apesar dos desenvolvimentos negativos no mercado e das margens menores, a empresa confirma e especifica a sua perspectiva para os resultados de 2011 a 2013", disse a empresa em comunicado.

Das imparidades que a eléctrica vai inscrever no balanço, 2,1 mil milhões são relativas a activos detidos em Itália e em Espanha. A cotada também identificou imparidades nos activos que detém na Hungria e na Eslováquia, noticia a Bloomberg.

Ainda assim, a cotada não receia aumentar a sua exposição às economias mais debilitadas da Zona Euro. A E.ON foi uma das quatro eléctricas que apresentou propostas de compra dos 21,25% do Estado na EDP, por valores que se situaram no intervalo de 2,3 mil milhões de euros e 2,7 mil milhões de euros, segundo apurou o Negócios. O jornal britânico "Financial Times" referiu que os alemães terão oferecido um montante que avalia a cotada liderada por António Mexia em 8,5 mil milhões de euros (ou seja, 1,81 mil milhões pela participação do Estado).

Resultados pressionados pelo fim do nuclear na Alemanha

A pressionar os resultados da cotada está, também, o esforço de redução da produção de energia nuclear que foi desencadeado pelo acidente na central atómica de Fukushima, que resultou de um terramoto, seguido de tsunami, que atingiu a cidade japonesa, este ano. Além disso, a empresa está a considerar o encerramento de mais unidades por causa do "ambiente sombrio para a geração de margem" de lucro, refere.

Depois do acidente nuclear no Japão criou-se uma onda de contestação à produção de energia nuclear e a chanceler alemã Angela Merkel ditou o prazo de 2022 para que a maior economia da Europa abandone a sua produção. Em consequência, este ano, o consumo de energia produzida com este recurso caiu 21%, com a Alemanha a encerrar oito reactores logo no mês de Março.

O responsável financeiro da E.ON, Marcus Schenck, disse a 9 de Novembro deste ano que o encerramento antecipado de alguns dos seus reactores teria um impacto negativo de 2,3 mil milhões de euros nos resultados deste ano.

De facto, os resultados da eléctrica caíram 64% nos primeiros nove meses do ano para 1,6 mil milhões de euros. Uma quebra também justificada pela deterioração do negócio de distribuição de gás.

E.ON vende activos para reduzir endividamento

A E.ON comprometeu-se a vender activos no valor de 15 mil milhões de euros até ao final de 2013, apesar de estar a concorrer à privatização dos 21,35% que o Estado detém na EDP.

A venda de activos destina-se a reduzir o endividamento, segundo justifica a gestão que estará numa fase avançada da venda da sua rede de distribuição de gás na Alemanha, com 12 mil quilómetros de extensão, à Allianz, segundo diz o jornal alemão "Sueddeutsche Zeitung", antecipando uma história que vai publicar amanhã, citado pela Bloomberg.
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