As empresas do Grupo Águas de Portugal (AdP) encerraram o exercício de 2012 com um lucro consolidado de 124,3 milhões de euros, abaixo dos 139,9 milhões obtidos em 2011. No relatório anual, divulgado esta terça-feira, a Parpública assinala, no entanto, que, tendo em conta a existência de interesses minoritários em diversas participadas da AdP, o resultado líquido efectivamente atribuído ao grupo subiu de 89,6 milhões para os 93,8 milhões de euros, sendo objecto de consolidação na “holding” do Estado 66,5 milhões, correspondente aos 72,18% que detinha no final de 2012. Já em 2013 essa posição subiu  para os 81%.

No ano passado, o volume de negócios do grupo AdP registou uma quebra superior a 4%, que a Parpública explica pela redução do valor da componente associada ao desvio tarifário, que passou de 112,3 milhões em 2011 para 65,2 milhões em 2012.

Ao nível dos custos operacionais, registou-se um aumento dos fornecimentos e serviços

externos de 2,3%, explicado pelo crescimento de 12,6% dos gastos de energia, que reflecte o aumento significativo das tarifas.

Já os gastos com pessoal apresentaram uma redução de cerca de 5,5 milhões de euros (4,3%), apesar do efeito do pagamento do 14º salário e do número médio de efectivos não ter registado variação significativa.

Desta forma, os resultados operacionais reduziram-se em cerca 26 milhões de euros, reflectindo uma evolução positiva dos resultados financeiros que passaram de um valor

negativo de 90,6 milhões para um montante, igualmente negativo, de 76,3 milhões.

Para 2013, as perspectivas para o grupo AdP estão focadas no processo de reestruturação do sector das águas iniciado em 2012  e na preparação do processo de privatização da

EGF, sub-holding do grupo para a área dos resíduos.

No final do exercício o endividamento ultrapassava os 3 mil milhões de euros, o que significa um crescimento de cerca de 4% face ao registado no final de 2011.

Como sublinha a Parpública, “directamente relacionado com aquela evolução, está o acumular das dívidas de clientes, muito em particular das dívidas dos municípios as quais, em 31 de Dezembro de 2012, ascendiam já aos 508,9 milhões de euros”. Uma valor que representa mais 114,8 milhões  do que o registado um ano antes.

Segundo o relatório, os constrangimentos financeiros existentes justificaram a redução, em cerca de 53% face ao ano anterior, dos investimentos realizados em 2012, os quais atingiram o valor global de 229 milhões de euros, tendo sido quase integralmente aplicados em projectos no segmento das águas (176,2 milhões) e dos resíduos (46 milhões).