Notícia
Empresas de cobrança com mais 73% de casos de dívida em 2007
As empresas de recuperação de crédito trataram em 2007 um total de 692 mil processos de crédito malparado, mais 73% do que em 2006, segundo dados que a associação do sector hoje divulgou.
As empresas de recuperação de crédito trataram em 2007 um total de 692 mil processos de crédito malparado, mais 73% do que em 2006, segundo dados que a associação do sector hoje divulgou.
Em 2006, segundo dados da APERC - Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Recuperação de Crédito - a que a agência Lusa teve hoje acesso, estas empresas tinham resolvido 400 mil processos de crédito malparado.
Os montantes recuperados também aumentaram, para 380 milhões de euros, contra 350 milhões de euros em 2006, indica a APERC, que representa actualmente 21 empresas dedicadas a esta actividade em Portugal.
Os associados da APERC não divulgam o valor global do crédito de cobrança duvidosa que lhes chega, mas o director da associação diz que as recuperações têm um índice de sucesso elevado.
"Difere muito [o índice de sucesso], consoante os processos sejam entregues às empresas de recuperação logo na primeira renda vencida ou apenas passadas duas ou três, mas situa-se perto dos 80% nos primeiros casos e os 40 a 50%, nos outros", diz António Gaspar.
As instituições que concedem crédito já se aperceberam da importância do factor tempo e "cada vez mais, as instituições estão a encurtar os prazos, ou seja, a tendência tem sido de chegar os processos logo após as primeiras rendas vencidas [e não pagas]", adiantou à agência Lusa o director da APERC.
Estas empresas trabalham apenas na recuperação amigável e extra-judicial de créditos de cobrança duvidosa [vulgarmente designado crédito malparado].
Os processos que lhes chegam quase sempre são relativos a créditos ao consumo ou outro tipo de créditos pessoais, normalmente sem garantias reais associadas.
Os dados do último boletim do Banco de Portugal, relativo a Março, revelam que o crédito ao consumo, concedido a particulares, com cobrança duvidosa tinha atingido os 590 milhões de euros.
As empresas de recuperação de crédito compram carteiras de créditos malparado a bancos, empresas de "leasing" e outras instituições ou fazem, por conta delas, o acompanhamento e renegociação com clientes em situação de incumprimento.