Notícia
Empresas de criptomoedas à conquista de novo público com patrocínios no desporto
A troca de patrocinador no equipamento do Inter de Milão é um dos exemplos da estratégia das empresas de criptomoedas para piscar o olho a uma nova franja de público.
10 de Agosto de 2021 às 15:17
Quase no final do mês passado, deu-se uma mudança de relevo no equipamento do clube de futebol Inter de Milão. Ao fim de 26 anos, a fabricante de pneus italiana Pirelli perdeu o lugar nas camisolas dos "nerazzurri", sendo substituída pela marca Socios.com, uma empresa de troca de criptomoedas.
Numa altura em que os serviços ligados a criptomoedas e a tecnologia blockchain se expandem, as empresas desta indústria viram-se agora para os patrocínios no mundo do desporto para conquistarem um público maior e mais abrangente.
Segundo o Financial Times, os clubes europeus de futebol estão a caminho de perder cerca de 9 mil milhões de euros devido à pandemia. As contas foram feitas pela UEFA, que aponta que esta quebra de receita está ligada à disrupção por não haver público nos estádios e pelas alterações ao calendário de transmissão de jogos.
E é aí que entram em jogo as empresas ligadas ao mercado de criptomedas, que estão dispostas a colmatar parte da perda de receitas com patrocínios mais generosos. Apesar de não ter sido divulgado o montante que fez o Inter de Milão trocar a Pirelli pela Socios.com, os executivos ouvidos pelo britânico FT notam que este tipo de parcerias está a aumentar - em alguns casos, com o montante a chegar aos seis ou sete dígitos por ano.
A Socios.com não se limita a colocar o nome nas camisolas do Inter. Os adeptos podem utilizar a plataforma da empresa para adquirir tokens digitais de diferentes clubes ou ligas de futebol na Europa, que podem ser trocadas.
Estes tokens permitem aos adeptos ter acesso a promoções ou recompensas ligadas aos clubes. Embora a Socios não tenha o nome nas camisolas de todos os clubes com quem tem parceria, a lista de parceiros a utilizar esta estratégia para envolver os fãs, especialmente numa altura em que o acesso aos estádios é mais restrito, inclui o AC Milan, a Juventus ou ainda o Barcelona, em espanha. Em Inglaterra, tanto o Arsenal como o Manchester City também são parceiros.
Allém de os adeptos comprarem tokens digitais dos seus clubes, através da moeda digital da Socios, a Chiliz, há outro tipo de atividades. A Juventus, onde joga o português Cristiano Ronaldo, já usou estes tokens para permitir que os fãs escolham qual é a música que toca no estádio quando a equipa marca golo. E a Socios tem também uma parceria com a Federação Portuguesa de Futebol.
"Acho que não é uma questão oportunista, no sentido em que as empresas de criptomoedas têm estado muito bem durante a pandemia e o desporto nem por isso. Portanto, irá aceitar dinheiro de onde este puder vir", defende ao FT Ben Pincus, diretor comercial de parcerias na Fórmula 1.
O fenómeno de patrocínios de empresas ligadas ao mercado de criptomoedas não se fica pelo futebol, como já se percebeu. Em junho, a F1 acrescentou a Crypto.com à lista de patrocinadores. Assim, a empresa fica ao lado de marcas de luxo como a Rolex ou de gigantes já instaladas nestes patrocínios, como a Pirelli. Também a petrolífera Saudi Aramco está neste mercado dos patrocínios da Fórmula 1.
Mais uma vez, não foi divulgado o valor que fez a Crypto.com, fundada em 2016, juntar-se à lista de patrocinadores, mas o FT indica que o negócio poderá render até 30 milhões de dólares (cerca de 25,6 milhões de euros) por ano.
Nos Estados Unidos, a Liga de Basebol assinou um contrato a longo prazo com a FTX, com um valor de 18 mil milhões de dólares. Ao FT, Sina Nader, COO da FTX nos Estados Unidos, explica que as pessoas já estão familiarizadas com o conceito de criptomoedas, mas que é preciso alargar a conversa. "O desporto realmente captura a imaginação de milhares de milhões de pessoas. Aspiramos a ter esses milhares de milhões de pessoas. Se é oportunista? Acho que não. O timing acabou por estar alinhado", detalha.
Numa altura em que os serviços ligados a criptomoedas e a tecnologia blockchain se expandem, as empresas desta indústria viram-se agora para os patrocínios no mundo do desporto para conquistarem um público maior e mais abrangente.
E é aí que entram em jogo as empresas ligadas ao mercado de criptomedas, que estão dispostas a colmatar parte da perda de receitas com patrocínios mais generosos. Apesar de não ter sido divulgado o montante que fez o Inter de Milão trocar a Pirelli pela Socios.com, os executivos ouvidos pelo britânico FT notam que este tipo de parcerias está a aumentar - em alguns casos, com o montante a chegar aos seis ou sete dígitos por ano.
A Socios.com não se limita a colocar o nome nas camisolas do Inter. Os adeptos podem utilizar a plataforma da empresa para adquirir tokens digitais de diferentes clubes ou ligas de futebol na Europa, que podem ser trocadas.
Estes tokens permitem aos adeptos ter acesso a promoções ou recompensas ligadas aos clubes. Embora a Socios não tenha o nome nas camisolas de todos os clubes com quem tem parceria, a lista de parceiros a utilizar esta estratégia para envolver os fãs, especialmente numa altura em que o acesso aos estádios é mais restrito, inclui o AC Milan, a Juventus ou ainda o Barcelona, em espanha. Em Inglaterra, tanto o Arsenal como o Manchester City também são parceiros.
Allém de os adeptos comprarem tokens digitais dos seus clubes, através da moeda digital da Socios, a Chiliz, há outro tipo de atividades. A Juventus, onde joga o português Cristiano Ronaldo, já usou estes tokens para permitir que os fãs escolham qual é a música que toca no estádio quando a equipa marca golo. E a Socios tem também uma parceria com a Federação Portuguesa de Futebol.
"Acho que não é uma questão oportunista, no sentido em que as empresas de criptomoedas têm estado muito bem durante a pandemia e o desporto nem por isso. Portanto, irá aceitar dinheiro de onde este puder vir", defende ao FT Ben Pincus, diretor comercial de parcerias na Fórmula 1.
O fenómeno de patrocínios de empresas ligadas ao mercado de criptomoedas não se fica pelo futebol, como já se percebeu. Em junho, a F1 acrescentou a Crypto.com à lista de patrocinadores. Assim, a empresa fica ao lado de marcas de luxo como a Rolex ou de gigantes já instaladas nestes patrocínios, como a Pirelli. Também a petrolífera Saudi Aramco está neste mercado dos patrocínios da Fórmula 1.
Mais uma vez, não foi divulgado o valor que fez a Crypto.com, fundada em 2016, juntar-se à lista de patrocinadores, mas o FT indica que o negócio poderá render até 30 milhões de dólares (cerca de 25,6 milhões de euros) por ano.
Nos Estados Unidos, a Liga de Basebol assinou um contrato a longo prazo com a FTX, com um valor de 18 mil milhões de dólares. Ao FT, Sina Nader, COO da FTX nos Estados Unidos, explica que as pessoas já estão familiarizadas com o conceito de criptomoedas, mas que é preciso alargar a conversa. "O desporto realmente captura a imaginação de milhares de milhões de pessoas. Aspiramos a ter esses milhares de milhões de pessoas. Se é oportunista? Acho que não. O timing acabou por estar alinhado", detalha.