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EDP “se continuar assim não nos interessa”

A Iberdrola, maior accionista da Energias de Portugal com 9,5% do capital, quer que a eléctrica portuguesa registe uma melhor “performance” financeira, caso contrário a empresa espanhola vai reavaliar a parceria com a EDP. “Se continuar assim não nos inte

04 de Outubro de 2006 às 16:29
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A Iberdrola, maior accionista privado da Energias de Portugal com 9,5% do capital, quer que a eléctrica portuguesa registe uma melhor "performance" financeira, caso contrário a empresa espanhola vai reavaliar a parceria com a EDP. "Se continuar assim não nos interessa", disse hoje Ignacio Sanchez Galan.

O presidente da Iberdrola, na apresentação do plano estratégico da empresa, teceu duras criticas à empresa portuguesa, onde é o segundo maior accionista, só depois do Estado.

A EDP "está neste momento num processo de reflexão estratégica e espero que tenha em conta os movimentos de mercado e concentração" que estão a ocorrer no sector a nível ibérico.

Sanchez Galan, lembrando que a posição detida na EDP representa apenas 2 a 3% dos activos da empresa espanhola, assinalou que a EDP deverá ter em conta a "importância de tamanho para sobreviver"

"Espero ainda que esta reflexão estratégica venha a fazer com que a empresa ganhe mais valor e a salve dos resultados negativos dos últimos anos no mercado financeiro", disse Galan, considerando que "a EDP tem tido um desempenho muito negativo".

"A Iberdrola quer que a EDP ganhe, mais senão vamos ter que pensar o que fazer. Se continuar assim não nos interessa".

Se EDP continuar assim é uma "catástrofe"

"A EDP tem a pior capitalização bolsista da Europa, não pode continuar assim, se não é uma catástrofe", disse o presidente da Iberdrola, em declarações proferidas ao Jornal de Negócios Online, à margem do evento.

A EDP está avaliada no mercado em 12,7 mil milhões de euros (menos de metade da Iberdrola) e os analistas consideram que a empresa terá que "ir às compras" para ganhar valor e evitar ser alvo de uma aquisição hostil .

"Depois de terminarem a reflexão estratégica, em que espero venham a pensar como uma grande empresa. Eu vou fazer a minha [reflexão estratégica], tanto como accionista, como parceiro estratégico" disse ao Jornal de Negócios.

António Mexia, presidente da EDP, disse recentemente que a empresa está à procura de parceiros para o sector do gás e das eólicas. Dadas as criticas da Iberdrola, parece agora mais difícil que seja esta a empresa escolhida para parceiro da EDP.

"Queremos que a EDP gere valor", reforçou.

A EDP tem uma parceria com a Iberdrola mas esta não tem produzido efeitos, pois as duas empresas são concorrentes directas, em Portugal e Espanha. A empresa espanhola, apesar da participação accionista de 9,5%, não integra os órgãos sociais da EDP, uma situação que, segundo António almeida, presidente do Conselho Superior da EDP, ficou a dever-se a pressões políticas.

Apesar das "criticas" de Galan, as acções da EDP atingiram máximos de seis anos nas últimas sessões. Este ano sobem 34,23%, no quarto ano consecutivo de ganhos. Em 2005 subiram 16,59%, em 2004 valorizaram 11,11% e em 2003 apreciaram 31,45%.

O sector europeus está a ganhar 24% em 2006 e acumulou valorizações acima de 25% em 2005 e 2004. As eléctricas espanholas, devido às movimentações de aquisições, estão em máximos históricos. No ano passado a EDP lucrou mais de mil milhões de euros, o valor mais elevado de sempre.

Resultado do concurso das eólicas é "curioso"

Acerca da actividade no mercado português, Galan assinalou que "estamos ainda a preparar uma construção de uma central".

No que diz respeito ao concurso para atribuição de potência eólica – ganho pela EDP e Galp – Galan também foi muito critico.

"Acho curioso que os dois maiores operadores ibéricos em eólicas, a Fenosa e a Iberdrola, tenham sido excluídos do concurso e o Governo português tenha decidido negociar apenas com os dois consórcios portugueses", disse.

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