A Electricidade de Portugal (EDP) está a negociar com a brasileira GTD a troca dos 30% que detém na Companhia de Electricidade do Rio de Janeiro (CERJ) pelo controlo da sua participada Escelsa, onde a GTD controla 25% do capital, noticiou o «Diário Económico».

A EDP admite entregar à GTD, que é composta por 11 fundos de pensões, a sua posição na eléctrica que actua no Estado do Rio de Janeiro, exigindo como contrapartida a saída da GTD da Escelsa e a anulação do acordo parasocial que a impede de assumir o controle da empresa antes de Junho de 2002.

Caso se concretize o acordo, a EDP pode ver resolvido o problema do controle da distribuidora de electricidade do Estado de Espírito Santo, que se encontra num impasse desde 1998, segundo a mesma fonte.

A EDP adquiriu uma participação de 73,12% na Iven, uma sociedade que controla 52,27% da Escelsa e 64% da Enersul, que actua no Estado de Mato Grosso. No entanto, esta operação, avaliada em mais de 500 milhões de euros (100 milhões de contos), não foi suficiente para garantir o controle efectivo da Escelsa.

De acordo com a referida publicação, a eléctrica nacional acusa a administração da Escelsa, que conta com o apoio da GTD, de ter provocado o agravamento das perdas relacionadas com a venda de energia e de se ter desviado do seu «core business» para apostar em áreas como o saneamento ou a televisão por cabo.

A companhia liderada por Francisco Sanchéz escolheu o Bank of America para intermediar a operação, segundo a mesma fonte.

A EDP encerrou ontem a cotar nos 2,80 euros (561 escudos), registando uma valorização de 2,19%.