O chefe do Executivo de Macau, Edmund Ho, renovou por mais seis meses o mandato da comissão administrativa liderada pelo director executivo do BNU para ficar à frente dos destinos do Banco Delta Ásia.

Em despacho publicado na edição de hoje do Boletim Oficial, Edmund Ho determina a renovação do mandato da comissão que terminava as suas funções a 29 de Setembro.

A comissão administrativa, presidida por Herculano Sousa, foi nomeada em Setembro de 2005 por Edmund Ho devido às acusações das autoridades norte americanas contra o Delta Ásia, instituição que acusam de operações ilícitas como a lavagem de dinheiro em favor de interesses da Coreia do Norte, nomeadamente do seu programa nuclear.

As acusações americanas provocaram, na altura, uma corrida ao banco que rapidamente ficou sem fundos para fazer face aos levantamentos dos depositantes e se viu obrigado a recorrer a empréstimos oficiais.

Após a intervenção governamental, a Autoridade Monetária de Macau teve de injectar mais de 100 milhões de euros no Delta Ásia que, segundo fontes ligadas ao processo tem vindo a recuperar da crise instalada.

No final do primeiro trimestre deste ano, e de acordo com dados publicados em Boletim Oficial, as contas de exploração do banco eram positivas com as receitas a atingirem os 4,39 milhões de euros (43,9 milhões de patacas) e os custos os 2,88 milhões de euros ou 28,8 milhões de patacas, resultando num lucro de 1,5 milhões de euros ou 15 milhões de patacas.

No final do ano de 2005, as contas do Delta Ásia apontavam para receitas de 182,6 milhões de patacas (cerca de 18,26 milhões de euros) contra custos de 214,3 milhões de patacas (cerca de 21,43 milhões de euros), resultando num saldo negativo de exploração de 3,17 milhões de euros.

A agência Lusa contactou Stanley Au Chong Kit, presidente do Conselho de Administração e sócio maioritário do Delta Ásia que recusou fazer comentários sobre a situação do banco.

Além de Herculano Sousa integram ainda a comissão administrativa do Delta Ásia Lei Chin Cheng, da Autoridade Monetária de Macau e Maria de Lurdes Costa, advogada do escritório de Jorge Neto Valente.