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Ebury aconselha às PME exportadoras portuguesas que se defendam do risco cambial
A Ebury, empresa de fintech especializada em pagamentos internacionais e gestão de câmbio de divisas para empresas fora da Zona Euro, recomenda que as PME, especialmente as exportadoras, protejam as suas operações do risco de câmbio.
A empresa prevê que a curto prazo se sinta uma maior volatilidade no valor do euro em relação ao dólar, o que pode fragilizar os negócios internacionais das empresas portuguesas, caso estas não tomem medidas de prevenção.
O início deste ano foi marcado pela valorização do euro que, na semana passada, chegou a negociar em máximos de três anos face à divisa norte-americana, acima de 1,25 dólares.
Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que as empresas exportadoras de bens antecipam um crescimento nominal das suas exportações de 5,7% em 2018, face ao ano anterior. Em 2017, Portugal exportou perto de 14 milhões de euros, o que representa um aumento de 17,1% face ao período homólogo.
Embora Portugal ainda exporte maioritariamente para a Zona Euro, começa a diversificar mercados, especialmente para os EUA. Por isso mesmo, a valorização do euro face ao dólar representa um aumento dos preços dos bens e produtos nacionais, o que prejudica as exportações e pode eventualmente motivar uma desaceleração da produção portuguesa.
A Ebury acredita que este cenário pode ter mais influência nas PME uma vez que estas empresas poderão não dispor de estruturas deslocalizadas nos países com menores custos de produção, onde poderiam beneficiar de um dólar mais baixo.
"As PME deverão fazer uma boa planificação anual das suas responsabilidades em termos de pagamentos e cobranças, tentando projectar que taxa de câmbio terão necessidade de realizar para concretizar as suas operações. Após essa análise poderão recorrer a instrumentos financeiros como coberturas de taxa de câmbio, com vista a minimizar a volatilidade cambial", recomenda Duarte Líbano Monteiro, director-geral da Ebury.
Segundo a Ebury, a valorização do euro vai trazer benefícios para as empresas importadoras, especialmente aquelas que precisem de produtos que sejam transaccionados em dólares, como é o caso das companhias aéreas, que compram combustível.