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Dividendos na Europa deverão voltar a crescer 15% para os 330 mil milhões este ano

Depois da queda registada em 2020, com várias empresas a suspenderem a distribuição de dividendos pelos acionistas, vai verificar-se uma recuperação em 2021.

25 de Janeiro de 2021 às 11:23
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A distribuição de dividendos por parte das empresas europeias deverá voltar a recuperar este ano, depois de uma queda de dois dígitos em 2020, de acordo com um estudo da Allianz GI.

A estimativa dos analistas aponta para um crescimento de 15% nos dividendos entre as empresas do índice de ações MSCI Europe para os 330 mil milhões de euros. Em 2020, registou-se um declínio de aproximadamente 20% para os 290 mil milhões.

Ainda assim, esta recuperação estimada fica aquém dos 360 mil milhões de euros distribuídos pelos acionistas destas empresas em 2019. "Não esperamos que o nível pré-crise do coronavírus seja alcançado novamente antes de 2022, no mínimo", diz Jörg de Vries-Hippen, CIO Equity Europe da Allianz Global Investors.

O analista sublinha ainda as "diferenças claras entre setores. Por exemplo, os setores da saúde e de utilities puderam aumentar os seus pagamentos durante a crise e, na nossa opinião, devem continuar esse caminho no futuro".

E continua: "Já outros setores estiveram, por outro lado, sob pressão em 2020. Por exemplo, as empresas de bens industriais e de consumo cíclicos, deverão ser capazes de aumentar os seus pagamentos de dividendos apenas na esteira de uma recuperação económica geral, devendo setores como a energia e os serviços financeiros permanecer abaixo dos máximos anteriores".

Apesar de os pagamentos de um ano resultarem dos lucros no ano anterior, muitas empresas cortaram ou suspenderam por precaução os seus dividendos em 2020. A Allianz lembra que, em alguns casos, as empresas não foram autorizadas a distribuir lucros, por terem recebido ajuda dos governos por causa da crise sanitária.

Em geral, pouco menos de três em cada quatro empresas europeias pagaram dividendos no ano passado, após mais de 90% o ter feito em anos anteriores, estimam os analistas.

Hans-Jörg Naumer, Chefe de Análise do Mercado de Capitais e autor do Estudo de Dividendos 2021 da Allianz Global Investors, sublinha que "devido à política de dividendos de muitas empresas, as distribuições flutuam menos do que os lucros, o que também estabiliza o rendimento total das ações".

Segundo o estudo, na Europa, a cultura de dividendos é particularmente forte face aos EUA e à Ásia. Entre 1975 e o final de 2020, cerca de 35% do retorno total do património líquido era imputável aos dividendos.

Portugal tem a quinta rendibilidade mais alta da Europa
As empresas do índice PSI-20 tiveram a quinta maior rentabilidade (3,5%) entre as rivais em toda a Europa, de acordo com o estudo da Allianz, apenas superado pela Rússia (6%), Reino Unido (4,5%), Noruega (4%) e a vizinha Espanha (3,5%).


Em agosto do ano passado, o Negócios anunciava isto mesmo. De acordo com os dados recolhidos na Bloomberg e analisados pelo nosso jornal, quem tivesse investido em agosto de 2019 no PSI-20 obteve um retorno superior a 4%  em agosto de 2020, com os dividendos que recebeu neste espaço de tempo.

O "dividend yield" do índice português está atualmente em 4,06%, o que representa o quinto melhor registo entre os 30 índices de referência da Europa.

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