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Dispersão de capital em Bolsa da ONI prevista para 2006
A dispersão do capital da ONI em bolsa está prevista para 2006, um ano depois da operadora de telecomunicações começar a dar lucros, apurou o Canal de Negócios junto de um accionista.
A dispersão do capital da ONI em bolsa está prevista para 2006, um ano depois da operadora de telecomunicações começar a dar lucros, apurou o Canal de Negócios junto de um accionista.
Ainda longe desta oferta pública de venda inicial (IPO), o presidente da ONI está mais preocupado com a rentabilidade das operações. Nem os números da ONI, nem mesmo o mercado de capitais ainda convidam a operadora a entrar em bolsa. Mas os principais accionistas defendem esse movimento para daqui a dois.
O presidente da companhia prefere não comentar esta informação. "Não cabe ao presidente da comissão executiva comentá-la. Não posso, contudo, deixar de dizer que os mercados são quem mais ordena", disse Pedro Norton de Matos ao Canal de Negócios (www.negocios.pt).
Neste momento, "não só os números da ONI ainda não preenchem os requisitos necessários a uma operação que queremos de sucesso, como a retracção dos mercados ainda é grande". Contudo, o líder da ONI lembra que a "intenção de cotar a ONI está declarada quase desde a fundação da companhia".
A última palavra é dos accionistas. "Só posso dizer que considero o grupo ONI como um conjunto de empresas com forte potencial de valorização", segundo declarações escritas de Norton de Matos.
A Brisa, um dos accionistas de referência, com 17% do capital, admitiu sair da operadora de telecomunicações aquando do IPO. A concessionária de auto-estradas chegou a considerar a posição na ONI de carácter estratégico, tendo mesmo adquirido 2% da Electricidade de Portugal (EDP), principal accionista da ONI. A focalização no "core" pode estar a levar a concessionária a desinvestir neste sector.
Os últimos dados das contas da ONI mostram que a operadora obteve um EBITDA, ou "cash flow" operacional de 2,2 milhões de euros, atingindo assim o "break even" neste indicador financeiro pela primeira vez, mas os resultados são ainda negativos. Apesar da melhoria operacional, a ONI apurou, no terceiro trimestre, um resultado líquido negativo de 88,6 milhões de euros, menos que os 92,2 milhões de euros de prejuízos verificados no período homólogo.
A ONI, detida em 56% pela EDP e em 22% pelo Banco Comercial Português, "tem cumprido escrupulosamente o plano de desenvolvimento a que se cometeu. Os dados até Setembro estão acima das expectativas", declarou o presidente da ONI, que não quis antecipar números para o final do ano. "As metas de "break even", como todas as outras são para cumprir. Se se conseguem antecipar, tanto melhor. Atingir a meta dos lucros em 2005 já é uma antecipação ao plano inicial, que era 2006", afirma Norton de Matos.
"Até lá, a equipa que vem desenvolvendo o negócio fixo, apesar das adversidades que o atraso de liberalização tem no nosso país, vai continuar a trabalhar para remunerar adequadamente os accionistas - EDP, BCP, Brisa e GalpEnergia".
ONI volta a ter EBITDA positivo no quarto trimestre
Para o quatro trimestre, a ONI prevê atingir novamente EBITDA positivo, tanto em Portugal como em Espanha, onde a operadora também mantém operações. Em 2003, o "EBITDA da ONI em Portugal vai ser marginalmente positivo, sendo que em Espanha vai ser claramente positivo, reflexo, aliás, de uma mais complexa abertura do mercado", afirmou. Norton de Matos salientou a importância da "melhoria dos resultados operacionais entre 35 a 40 milhões de euros entre 2002 e 2003".
A maior parte dos investimentos da ONI está realizado, sendo que a rede de «backbone» é a mais moderna do país, especificou.
A ONI tem dito que pretende crescer organicamente nos próximos tempos. Em Espanha, o líder diz que a ONI tem uma posição confortável, depois de adquirir 40% da Ola Internet.
Em Portugal, «continuamos a trabalhar para solidificar a operação e o que mais nos preocupa é a existência de condições de sã concorrência para que possamos continuar a crescer organicamente», segundo a mesma fonte.
«A ONI, não nega, contudo, que sempre que surja no mercado um negócio interessante para os accionistas e em sintonia com estes, pense em analisá-lo», sublinhou o presidente da ONI.