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Dicas de investimento do Goldman Sachs chegam primeiro aos melhores clientes

O Goldman Sachs Group favorece os seus clientes de topo, ao fornecer-lhes as dicas de investimento dos seus analistas. A notícia foi avançada pelo "The Wall Street Journal" e é hoje destaque em toda a imprensa internacional.

24 de Agosto de 2009 às 15:26
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O Goldman Sachs Group favorece os seus clientes de topo, ao fornecer-lhes as dicas de investimento dos seus analistas. A notícia foi avançada pelo "The Wall Street Journal" e é hoje destaque em toda a imprensa internacional.

Tudo começa na reunião semanal dos analistas de “research” do banco, denominada “trading huddle” (pequena conferência sobre investimento). Estes apresentam as suas ideias de investimento, que são depois transmitidas aos melhores clientes do Goldman. Ou seja, apenas alguns dos milhares de clientes que recebem os relatórios de análise do Goldman têm acesso às suas recomendações antes de os “researches” serem publicados.

O “WSJ” arranca com um exemplo: em inícios de Abril de 2008, o analista de “research” Marc Irizarry atribuía uma recomendação “neutral” à gestora de fundos Janus Capital Group. No entanto, nesse mesmo mês, numa reunião interna do Goldman, Irizarry comunicou a dezenas de operadores do Goldman Sachs que as acções daquela empresa deveriam subir. No dia seguinte, os colaboradores do departamento de “research” do Goldman telefonaram a cerca de 50 clientes preferenciais a fornecerem-lhes a mesma dica, incluindo aos “hedge funds” Citadel Investment Group e SAC Capital Advisors, segundo os documentos do banco a que o “WSJ” teve acesso.

Os leitores dos “researches” de Irizarry só souberam que ele estava “bullish” na Janus Capital quando o relatório foi publicado seis dias mais tarde, depois de os títulos da Janus já terem valorizado 5,8%, salienta o “WSJ”.

Nas “trading huddles”, aos quais os operadores do Goldman podem assistir, os analistas identificam os títulos que consideram que vão subir ou descer devido a anúncios sobre os seus resultados, indicam a direcção do mercado na globalidade e apontam outros desenvolvimentos que prevêem para o curto prazo. Os críticos desta estratégia, ouvidos pelo “WSJ”, queixam-se que a transmissão das ideias de investimento, por parte do Goldman, apenas aos seus operadores e principais clientes, afecta os clientes a quem não é dada oportunidade de negociar com base na mesma informação.

Mas Steven Strongin, chefe do departamento de “research” do Goldman para o mercado accionista, afirmou ao mesmo jornal que estas reuniões não conferem qualquer “vantagem injusta” a quem quer que seja e que as dicas não contradizem as notas de “research” que são depois divulgadas com previsões para o longo prazo, salienta a Reuters na sua notícia sobre este assunto.

Segundo o Goldman, os seus operadores que estejam presentes nestas “trading huddles” - que tiveram início há cerca de dois anos e onde se fala essencialmente sobre as tendências para o curto prazo – não podem usar a informação que obtêm até esta ser transmitida aos clientes.

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