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Decisão de acabar o "Jornal Nacional" foi apenas interna

O administrador delegado da Prisa rejeitou hoje que tenha havido influência externa na decisão de cancelar o "Jornal Nacional" da TVI, mas admitiu que alguns "amigos" lhe avisaram que o Jornal "não coincidia com o estilo da Prisa". Veja aqui o vídeo.

25 de Novembro de 2009 às 10:44
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O administrador delegado da Prisa rejeitou hoje que tenha havido influência externa na decisão de cancelar o "Jornal Nacional" da TVI, mas admitiu que alguns "amigos" lhe avisaram que o Jornal "não coincidia com o estilo da Prisa".

Em entrevista à Lusa, em Madrid, o responsável da empresa que controla a Media Capital, dona da TVI, garantiu que a decisão foi exclusiva do administrador delegado da Media Capital [Bernardo Bairrão] e da direcção do canal de televisão.

"As decisões não só da TVI, mas de todos os nossos meios de comunicação, são tomadas autonomamente pelos directores. A empresa nomeia os directores, mas as decisões profissionais são tomadas pelos directores", afirmou Juan Luis Cebrián.

Garantindo nunca ter visto "esse telejornal tão famoso" e que nem sequer conhece a apresentadora Manuela Moura Guedes, Cebrián disse, porém, que "amigos portugueses e espanhóis" lhe fizeram vários comentários sobre o jornal.

"Depois da decisão ter sido tomada, recebi notícias de alguns amigos portugueses e espanhóis dizendo que esse telejornal não coincidia, no seu estilo profissional, com o estilo dos meios da Prisa", afirmou.

Questionado sobre as notícias que o apontavam como directamente responsável pela decisão, Cebrián disse desconhecer. "Não li as notícias, e como se publica tanto sobre mim... não sei a quem as atribuir", afirmou.

Quanto à percepção de proximidade entre a Prisa e os governos socialistas em Portugal e Espanha, Cebrián garantiu que praticamente não tem tido contacto com o executivo de José Sócrates, acrescentando que desde os contactos mantidos "há vários anos" com o Governo português, "através do primeiro-ministro e de outros ministros", aquando do investimento na Media Capital, os contactos têm sido reduzidos.

"Desde aí, praticamente não temos tido contacto com o Governo português", afirmou, considerando porém que o relacionamento entre a Prisa e o Executivo é "cordial".

O administrador delegado da Prisa diz que "os meios de comunicação têm sempre conflitos com os governos, qualquer que seja o governo, o meio ou o país, por isso não me surpreende que possa haver conflitos entre a TVI e este governo, ou outro que venha, como os há entre o El Pais e o governo espanhol".

Cebrián falava à Lusa à margem de um almoço do Fórum dos Portugueses, durante o qual analisou a situação da Prisa e dos meios de comunicação em Espanha e no mundo. Nessa intervenção, recordou que a saída de Manuela Moura Guedes do Jornal Nacional "coincidiu" com o fim do contrato do seu marido, José Eduardo Moniz, e disse tratar-se de "uma situação um pouco atípica de que o seu marido fosse o director-geral da televisão".

Ao mesmo tempo admitiu que houve pressões "a favor e contra" o cancelamento do "Jornal Nacional de Sexta", mas sublinhou que essa é uma situação normal.

"Ela [Manuela Moura Guedes] continua na empresa porque não foi despedida, mas não sei o que faz. Deve estar na equipa informativa", afirmou.

Em Setembro a suspensão do "Jornal Nacional de Sexta", apresentado por Manuela Moura Guedes, tornou-se um dos temas mais polémicos do período pré-eleitoral, levando à queda da direcção daquela estação de televisão da estação e gerando um facto político que levou a oposição a insinuar que a decisão tinha por base uma intervenção do Governo, o que o primeiro-ministro desmentiu.



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