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Danos em casas causam prejuízos recorde a seguradoras americanas em 2023
A agência de "rating" de crédito americana AM Best diz que este foi o pior resultado do século para as empresas que oferecem seguros para habitações. Desastres naturais explicam grande parte dos prejuízos.
Desastres naturais, inflação e crescimento populacional em zonas de risco fizeram de 2023 um "annus horribilis" para as empresas que oferecem seguros para a casa. De acordo com o Financial Times, as seguradoras focadas no ramo residencial registaram prejuízos de 15,2 mil milhões de dólares no ano passado.
Os números são da agência de "rating" de crédito americana AM Best, e revelam que este foi o pior resultado deste século e representa o dobro das perdas do ano anterior.
Cada vez mais pessoas ativaram seguros após danos nas suas casas, em particular em locais de crescente densidade populacional - locais que são, ao mesmo tempo, mais suscetíveis a desastres naturais, como os estados da Califórnia e Texas. O jornal diz que os seis estados norte-americanos onde se verificaram fenómenos meteorológicos severos são também aqueles responsáveis por metade do crescimento populacional da última década.
"A indústria está a enfrentar um rápido aumento das exigências de cobertura, ao mesmo tempo que as perdas seguradas estão a disparar", disse ao FT Robert Gordon, da American Property Casualty Insurance Association.
"Não só estão a ser construídas mais casas em zonas de elevado risco de catástrofes naturais, como a reparação e a reconstrução dessas casas são cada vez mais caras, uma vez que a inflação fez subir o custo da mão de obra e dos materiais de construção", acrescentou.
O aumento dos custos para as seguradoras tem feito as empresas sair de zonas mais propícias a desastres naturais, o que, por sua vez, ainda fez aumentar mais os preços.
