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Danone reduz número de trabalhadores em Portugal

Fabricante de iogurtes, com unidade em Castelo Branco, reorganiza estrutura no País em "consequência do impacto negativo" da crise nas vendas e para evitar "iberização".

Isabel Aveiro ia@negocios.pt 15 de Novembro de 2011 às 17:25
O grupo Danone, que actualmente “conta com 255 colaboradores em Portugal, 122 dos quais afectos à área da produção”, está a reduzir o número de colaboradores na fábrica de iogurtes em Castelo Branco e nos escritórios em Lisboa.

“A Danone está a proceder à redução de 10 postos de trabalho na sua unidade fabril em Castelo Branco” confirmou por escrito Maria de Lourdes Galhoz, directora de comunicação da empresa em Portugal ao Negócios.

A mesma fonte garante: “neste momento todos os acordos na fábrica de Castelo Branco estão fechados”. “Foi assegurado um forte apoio aos nossos colaboradores de forma a encontrarmos a melhor solução para cada um”, acrescenta, “colocando à disposição dos colaboradores serviços de ‘outplacement’ e atribuindo valores de indemnização muito acima ao previsto na lei geral do trabalho”.

Em declarações à agência Lusa, Maria Amorim, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação e Bebidas (SINTAB), confirmou que a Danone ofereceu indemnizações acima do mínimo legal de um mês por cada ano de trabalho, “prática comum nas multinacionais”, acrescentou.

A dirigente sindical demonstrou contudo receio que o "esvaziamento" do quadro de pessoal antecipe um desinvestimento na unidade fabril de Castelo Branco, a única da marca em Portugal, acrescentou a Lusa. Questionada sobre se estava nos planos encerrar a unidade de Castelo Branco, a directora de comunicação da Danone respondeu: “Ao contrário de muitas empresa que são iberizadas, a Danone tem e quer continuar a ter uma empresa independente em Portugal, com produtores de leite nacionais, fábrica local em Castelo Branco e inovações locais para o consumidor português”.

“A decisão de reduzir o número de colaboradores visa responder de forma directa às actuais condições de mercado, ajustando a nossa estrutura de custos à realidade imposta pela crise e pela quebra acentuada de consumo”, que contudo não contabiliza, defendeu Lourdes Galhoz. “A fábrica da Danone produz actualmente cerca de 50 mil toneladas de produtos e cerca de 75% dos iogurtes Danone à venda no mercado são fabricados em Portugal nesta unidade fabril. A fábrica de Castelo Branco tem também projectos importantes de exportação”, garante a mesma responsável, que recorda que a unidade recebeu um investimento de cinco milhões de euros “durante os últimos anos”.

Escritórios também sofrem redução

Confrontada com a informação que outras 10 rescisões teriam sido ontem apresentadas a colaboradores da Danone já esta semana, mas desta feita a trabalhar nos escritórios em Lisboa, a direcção da comunicação da fabricante de iogurtes afirmou: “Actualmente o contexto económico é desfavorável e está a impactar negativamente as nossas vendas, pelo que temos de adequar o nosso quadro de pessoal à nova realidade, de forma a conseguirmos aumentar a nossa competitividade e inverter esta situação. Para conseguir manter a sua presença forte e autónoma em Portugal, esta reorganização é um mal necessário para tornar a empresa mais competitiva. Esta decisão teve impacto na fabrica de Castelo Branco e nos escritórios de Lisboa”, reconheceu.

Questionada sobre a evolução dos resultados dos últimos anos no País, fonte oficial da Danone Portugal escusou-se a adiantar valores, afirmando: “Estamos neste momento a sofrer, como muitas outras empresas, a retracção geral do consumo, mas também a concorrência das marcas brancas [designadas como marcas próprias do sector da distribuição] que não são na sua maioria produzidas em Portugal nem se regem pelos mesmos padrões de qualidade”, sublinhou.

Além da justificação da crise e da concorrência das marcas próprias da distribuição, a Danone insiste na importância da autonomia da presença em Portugal face a Espanha: “O objectivo é reajustar a organização para ser mais competitiva e garantir a sua sustentabilidade e continuidade do negócio mantendo uma estrutura autónoma em Portugal, com produtos próprios, produtores de leite nacionais, inovações em português e para os portugueses”.

Garante ainda que “a fábrica portuguesa da Danone em Castelo Branco constitui hoje um pólo dinamizador da economia local e nacional, ao ser uma unidade fabril especialista na produção de iogurtes líquidos para a Europa”. Dá inclusive o exemplo do produto Activia Smoothie, um produto 100% português, desde a sua concepção até à própria embalagem”, assegura.
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