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Danone investiga plantas raras para tornar os seus produtos mais saudáveis
A pesquisa faz parte da parceria com uma startup norte-americana que usa inteligência artificial para descobrir moléculas em plantas diretamente ligadas à saúde humana.
A Danone ampliou o acordo com a Brightseed, uma startup de São Francisco que investiga aquilo que chama "matéria escura do reino vegetal": micro moléculas ou bioativos desconhecidos ou não mapeados presentes em plantas benéficas para a saúde.
O objectivo de usar "alimentos como medicamentos" faz parte da estratégia da Danone para tornar os seus produtos mais atrativos para consumidores mais preocupados com a saúde. Dentro deste contexto, os alimentos à base de plantas têm vindo a ganhar cada vez mais popularidade.
A aposta da maior fabricante de iogurtes do mundo nestes estudos permitirá que, no futuro, as moléculas benéficas possam ser incorporadas nos seus produtos alimentares.
A nova parceria de três anos com a Brightseed fará ainda com que "a Danone compreenda melhor as plantas desde a colheita até à mesa", disse em entrevista Taisa Hansen, vice-presidente sénior de pesquisa e inovação da unidade da Danone com foco em nutrição.
Recentes descobertas da Brightseed poderão reformular a forma como a soja é cultivada em certas áreas, como é processada e ainda trazer novas formas de melhorar a saúde, além dos já conhecidos benefícios para o coração. Estas descobertas poderão ter implicações positivas tanto para medicamentos como para os produtores de soja, assim que forem confirmadas em testes clínicos
Até ao momento, a startup conseguiu um investimento de cerca de 52 milhões de dólares com o objectivo de desenvolver a "maior biblioteca de compostos de plantas do mundo", através do mapeamento de 99% bioactivos ainda desconhecidos ou não identificados – também chamados fitonutrientes.
Em janeiro, a Brightseed chegou mesmo a anunciar que descobriu fitonutrientes em cerca de 80 fontes vegetais comuns que superaram os medicamentos conhecidos para combater a doença hepática gordurosa não alcoólica.
O resultado foi conseguido através da sua tecnologia AI Forager e o estudo foi depois publicado na revista médica Cell Death & Disease. Os compostos deverão ser testados em humanos ainda este ano.