Notícia
C&W: Investimento imobiliário comercial recua 42% em 2023 para 1,7 mil milhões
A menor disponibilidade de capital estrangeiro, assinala ainda a Cushman & Wakefield, fez com que os investidores domésticos tenham aumentado a sua quota de mercado para 31% do volume total investido.
03 de Janeiro de 2024 às 15:54
O investimento imobiliário comercial recuou 42% em 2023, para 1.730 milhões de euros, refletindo a subida das taxas de juro, segundo a Cushman & Wakefield (C&W), que antecipa uma recuperação para 2024.
De acordo com os dados da consultora, dos 1.750 milhões de euros de investimento, os setores da hotelaria e do retalho agregaram, respetivamente 42% (750 milhões de euros) e 35% (600 milhões de euros) do valor total investido, enquanto os mercados de escritórios e de logística pesaram 9% e 4%, respetivamente, daquele total.
Eric van Leuven (na foto), diretor-geral da C&W em Portugal, classifica 2023 como um "ano desafiante", referindo que a "expressiva" quebra homóloga verificada no volume de investimento esteve em linha com o verificado noutros mercados europeus, refletindo sobretudo o enquadramento de subida das taxas de juro, determinada pelo Banco Central Europeu (BCE) como forma de controlar a inflação.
O volume de investimento teve "muito a ver com a subida das taxas de juros" referiu à Lusa Eric van Leuven, notando que o investimento imobiliário depende do financiamento, sendo que, quando este "é mais caro" e "mais escasso", o investimento ressente-se.
A menor disponibilidade de capital estrangeiro, assinala ainda a Cushman & Wakefield, fez com que os investidores domésticos tenham aumentado a sua quota de mercado para 31% do volume total investido.
Do lado da atividade ocupacional, observou-se em 2023 uma quebra no setor dos escritórios, mas a sua dimensão foi distinta consoante a zona do país, com a cidade de Lisboa a registar um recuo de 66%, enquanto o Porto caiu 6%.
Para esta evolução, observa o responsável da C&W em Portugal, contribuiu, pelo menos em parte, a situação vivida nos mercados mais a norte da Europa onde as taxas de ocupação médias são inferiores às dos países do sul (de 40% e 70%, respetivamente), mas que acabam por influenciar as decisões dos investidores anglo-saxónicos.
Neste contexto, refere Eric van Leuven o mercado português acaba por ser "afetado, de forma um pouco injusta", por um "sentimento negativo relativamente aos setores escritórios por parte de investidores anglo-saxónicos" que nos seus mercados lidam com maiores dificuldades em fazer regressar os trabalhadores aos escritórios, após a pandemia.
No retalho, o número de abertura de novas lojas esteve em linha com o ano anterior, "com as cidades de Lisboa e Porto a observarem crescimentos homólogos a dois dígitos".
Relativamente a 2024, a leitura da C&W tem em conta a expectativa dos mercados de que as taxas de juro já atingiram o seu pico e que se poderá observar algum desagravamento ao longo deste ano, mais cedo do que o esperado há algumas semanas.
Esta possibilidade de redução dos custos da dívida terá um efeito "importante" e fazer com que os investidores se "sintam mais confortáveis para voltar às compras", refere Eric van Leuven, apontando ainda que a consultora prevê, para o final de 2024, que as taxas de rentabilidade exigidas pelos investidores possam recuar ligeiramente face às atuais, o que "também tem um impacto positivo sobre os valores dos ativos".
No que diz respeito às perspetivas de investimento, o responsável da C&W aponta os 1.800 milhões de euros de volume de investimento em imobiliário comercial associado a transações que se encontram atualmente em diversas fases de negociação, ao qual poderão ainda vir a somar-se mil milhões de euros em transações que se encontram suspensas e que poderão voltar ao mercado.
Desta forma, resume, "o volume de investimento para 2024 poderá situar-se entre os 2 e 2,5 mil milhões de euros".
De acordo com os dados da consultora, dos 1.750 milhões de euros de investimento, os setores da hotelaria e do retalho agregaram, respetivamente 42% (750 milhões de euros) e 35% (600 milhões de euros) do valor total investido, enquanto os mercados de escritórios e de logística pesaram 9% e 4%, respetivamente, daquele total.
O volume de investimento teve "muito a ver com a subida das taxas de juros" referiu à Lusa Eric van Leuven, notando que o investimento imobiliário depende do financiamento, sendo que, quando este "é mais caro" e "mais escasso", o investimento ressente-se.
A menor disponibilidade de capital estrangeiro, assinala ainda a Cushman & Wakefield, fez com que os investidores domésticos tenham aumentado a sua quota de mercado para 31% do volume total investido.
Do lado da atividade ocupacional, observou-se em 2023 uma quebra no setor dos escritórios, mas a sua dimensão foi distinta consoante a zona do país, com a cidade de Lisboa a registar um recuo de 66%, enquanto o Porto caiu 6%.
Para esta evolução, observa o responsável da C&W em Portugal, contribuiu, pelo menos em parte, a situação vivida nos mercados mais a norte da Europa onde as taxas de ocupação médias são inferiores às dos países do sul (de 40% e 70%, respetivamente), mas que acabam por influenciar as decisões dos investidores anglo-saxónicos.
Neste contexto, refere Eric van Leuven o mercado português acaba por ser "afetado, de forma um pouco injusta", por um "sentimento negativo relativamente aos setores escritórios por parte de investidores anglo-saxónicos" que nos seus mercados lidam com maiores dificuldades em fazer regressar os trabalhadores aos escritórios, após a pandemia.
No retalho, o número de abertura de novas lojas esteve em linha com o ano anterior, "com as cidades de Lisboa e Porto a observarem crescimentos homólogos a dois dígitos".
Relativamente a 2024, a leitura da C&W tem em conta a expectativa dos mercados de que as taxas de juro já atingiram o seu pico e que se poderá observar algum desagravamento ao longo deste ano, mais cedo do que o esperado há algumas semanas.
Esta possibilidade de redução dos custos da dívida terá um efeito "importante" e fazer com que os investidores se "sintam mais confortáveis para voltar às compras", refere Eric van Leuven, apontando ainda que a consultora prevê, para o final de 2024, que as taxas de rentabilidade exigidas pelos investidores possam recuar ligeiramente face às atuais, o que "também tem um impacto positivo sobre os valores dos ativos".
No que diz respeito às perspetivas de investimento, o responsável da C&W aponta os 1.800 milhões de euros de volume de investimento em imobiliário comercial associado a transações que se encontram atualmente em diversas fases de negociação, ao qual poderão ainda vir a somar-se mil milhões de euros em transações que se encontram suspensas e que poderão voltar ao mercado.
Desta forma, resume, "o volume de investimento para 2024 poderá situar-se entre os 2 e 2,5 mil milhões de euros".