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Custos com a OPA sobre a Media Capital e pandemia levam Cofina de lucros para prejuízos

Os custos de 1,6 milhões com a OPA sobre a Media Capital e a quebra nas receitas de publicidade motivada pela pandemia levaram a Cofina de lucros para prejuízos de 1,3 milhões no primeiro semestre de 2020.

Alexandre Azevedo
10 de Setembro de 2020 às 18:50
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A Cofina registou prejuízos de 1,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, depois dos lucros de 3 milhões que tinha alcançado em igual período do ano passado. A penalizar os resultados da empresa estiveram os custos com a oferta pública de aquisição (OPA) que foi lançada sobre a Media Capital, bem como a pandemia, que teve um "impacto relevante" sobre as receitas de publicidade.

"Os resultados do primeiro semestre de 2020 ficaram marcados pela pandemia Covid-19 e pelos custos não recorrentes da operação de aquisição da Media Capital", refere a Cofina, em comunicado enviado esta quinta-feira, 10 de setembro, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No que diz respeito à OPA lançada sobre a dona da TVI, esta implicou um custo de 1,6 milhões para a Cofina. Sem este montante, "a empresa registaria resultados líquidos positivos.

Já a pandemia levou a "quedas significativas em todas as rubricas que constituem as receitas, nomeadamente a forte contração dos investimentos publicitários, receitas de circulação afetadas pela implementação das medidas de confinamento entre março e maio, o que se traduziu no encerramento de muitos dos pontos de venda ao público das publicações e, consequentemente, nas receitas associadas a marketing".

Feitas as contas, as receitas da Cofina ascenderam a 34 milhões de euros no primeiro semestre, valor que corresponde a uma diminuição de 20% em relação ao igual período do ano passado. As receitas de circulação e as receitas de publicidade caíram 20,7% e 28,8%, respetivamente, enquanto as receitas associadas a marketing recuaram 7%.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) derrapou, assim, para os 4,2 milhões de euros, uma quebra de 45,5%, levando a margem de EBITDA a reduzir-se em 5,7 pontos percentuais, para os 12,4%.

Em sentido contrário, a Cofina reduziu os custos operacionais recorrentes (isto é, sem contar com os eventos extraordinários) em mais de 14%, para os 29,8 milhões de euros.

Ao mesmo tempo, a dívida líquida ascendia, no final de junho de 2020, a 44,1 milhões de euros, uma redução de cerca de um milhão de euros face a dezembro de 2019. Este montante inclui o caucionamento de 10 milhões de euros "no contexto do contrato de compra e venda celebrado em 20 de setembro de 2019 com a Prisa para a aquisição de 100% do capital social e direitos de voto da Vertix [dona da Media Capital]", ressalva a Cofina.

Cofina conta receber 10 milhões de volta

Quanto aos 10 milhões postos de lado no âmbito da disputa com a Prisa, a Cofina refere, ainda, que conta receber este dinheiro de volta.

O montante em causa é aquele que a Prisa reclama pelos danos causados após a desistência da Cofina da compra da Media Capital, ainda em março, por ter falhado o aumento de capital.

A Cofina entende, contudo, que a reivindicação da Prisa carece "de qualquer fundamento" e, por isso, acredita que "o montante será devolvido ao grupo, motivo pelo qual não procedeu ao registo de qualquer provisão".

O processo arbitral em torno deste processo está a "seguir os seus trâmites normais".
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