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CTT acreditam que novo contrato de concessão estará "pronto a tempo"
Segundo os CTT, "estará a decorrer a fase de análise dos resultados das audições e elaboração das conclusões" do grupo de trabalho formado pelo Governo para analisar o futuro do serviço postal universal.
O CEO dos CTT, João Bento, acredita que, até ao final do ano, estará concluído o processo que vai dar origem ao novo contrato de concessão do serviço postal universal. Em conferência com analistas esta sexta-feira, 6 ed agosto, que se seguiu à apresentação dos resultados do semestre, João Bento destacou que a empresa tem recebido feedback nesse sentido.
"Participámos no processo de preparação. Tivemos reuniões com o grupo de trabalho criado pelo Governo. Trocámos ideias, preocupações, partilhámos dados e documentos, bem as nossas objeções, já tornadas públicas, em relação ao enquadramento regulatório. O feedback que temos faz-nos acreditar que as coisas estarão prontas a tempo", declarou aos analistas, quando questionado sobre as conclusões do grupo de trabalho, cujos trabalhos deveriam ter terminado em abril.
Na apresentação de resultados do semestre, os CTT referem acreditar que o novo contrato irá "melhorar a capacidade de os CTT cumprirem as obrigações do serviço universal num enquadramento mais sustentável". No entanto, em abril, a ANACOM, anunciou as decisões finais sobre os critérios do futuro contrato de concessão do serviço postal universal, que mantêm o nível de exigência e elevam a penalização por incumprimento dos critérios.
O atual contrato de concessão termina a 31 de dezembro, após ter sido prorrogado unilateralmente pelo Governo no ano passado. Devido a esta prorrogação, os CTT exigem uma compensação de 44 milhões de euros ao Estado, a que se junta um pedido de indemnização de 23 milhões de euros devido aos impactos da pandemia.
Espanha acelera
Os CTT apresentaram esta quinta-feira os resultados do primeiro semestre, no qual registaram lucros de 17,2 milhões de euros. O segmento de Expresso e Encomendas foi um dos impulsionadores dos lucros, ao crescer 47,8% para 125,8 milhões de euros. Em Espanha, a atividade de encomendas "explodiu" quase 80%, representando já perto de metade desta unidade de negócio.
O CEO confessou que o desempenho da CTT Expresso Espanha foi "muito melhor que o esperado", tendo permitido à empresa atingir o breakeven no segundo trimestre. O grupo postal está a preparar o processo de expansão no país vizinho, onde ainda tem uma quota de mercado "reduzida", sendo esta uma empresa em "processo de viragem".
"As primeiras ideias que já estamos a testar passam por expandir para Espanha algumas das ofertas de "one stop shop". É uma forma de diferenciar a nossa presença em Espanha, porque a nossa concorrência é composta, basicamente, por operadores de encomendas. Temos muita margem para crescer. Conforme formos ganhando confiança, vamos considerar todas as opções para crescer em Espanha", destacou João Bento.
Questionados também pelos analistas sobre o impacto das novas regras sobre as compras online de produtos produzidos fora da União Europeia (UE), que desde 1 de julho determinam que todas as compras eletrónicas de bens fora da UE pagam IVA, os CTT admitem que deverá ser "positivo".
"Nos primeiros dias sentimos uma quebra nos volumes. Toda a gente estava a preparar-se para esta nova realidade. Agora existe alguma acumulação de pacotes em processamento, mas esperamos normalizar a situação. Esperamos que o impacto seja positivo", destacou o administrador financeiro da empresa, Guy Pacheco.