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CTT acreditam que novo contrato de concessão estará "pronto a tempo"

Segundo os CTT, "estará a decorrer a fase de análise dos resultados das audições e elaboração das conclusões" do grupo de trabalho formado pelo Governo para analisar o futuro do serviço postal universal.

O acordo para as juntas de freguesia prestarem serviços postais vigora desde 2003.
Nuno Nascimento
06 de Agosto de 2021 às 11:35
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O CEO dos CTT, João Bento, acredita que, até ao final do ano, estará concluído o processo que vai dar origem ao novo contrato de concessão do serviço postal universal. Em conferência com analistas esta sexta-feira, 6 ed agosto, que se seguiu à apresentação dos resultados do semestre, João Bento destacou que a empresa tem recebido feedback nesse sentido. 

"Participámos no processo de preparação. Tivemos reuniões com o grupo de trabalho criado pelo Governo. Trocámos ideias, preocupações, partilhámos dados e documentos, bem as nossas objeções, já tornadas públicas, em relação ao enquadramento regulatório. O feedback que temos faz-nos acreditar que as coisas estarão prontas a tempo", declarou aos analistas, quando questionado sobre as conclusões do grupo de trabalho, cujos trabalhos deveriam ter terminado em abril. 

No relatório integrado do primeiro semestre, os CTT referem que "o grupo de trabalho criado pelo Governo para proceder à análise da evolução do serviço postal universal (SU), nos termos da Lei Postal, bem como para avaliar a necessidade de introdução de ajustamentos no âmbito do SU e das obrigações do respetivo prestador, terá terminado a fase de audição das partes interessadas", sendo que nesta altura "estará a decorrer a fase de análise dos resultados das audições e elaboração das conclusões". 

Na apresentação de resultados do semestre, os CTT referem acreditar que o novo contrato irá "melhorar a capacidade de os CTT cumprirem as obrigações do serviço universal num enquadramento mais sustentável". No entanto, em abril, a ANACOM, anunciou as decisões finais sobre os critérios do futuro contrato de concessão do serviço postal universal, que mantêm o nível de exigência e elevam a penalização por incumprimento dos critérios. 

O atual contrato de concessão termina a 31 de dezembro, após ter sido prorrogado unilateralmente pelo Governo no ano passado. Devido a esta prorrogação, os CTT exigem uma compensação de 44 milhões de euros ao Estado, a que se junta um pedido de indemnização de 23 milhões de euros devido aos impactos da pandemia.

Espanha acelera

Os CTT apresentaram esta quinta-feira os resultados do primeiro semestre, no qual registaram lucros de 17,2 milhões de euros. O segmento de Expresso e Encomendas foi um dos impulsionadores dos lucros, ao crescer 47,8% para 125,8 milhões de euros. Em Espanha, a atividade de encomendas "explodiu" quase 80%, representando já perto de metade desta unidade de negócio. 

O CEO confessou que o desempenho da CTT Expresso Espanha foi "muito melhor que o esperado", tendo permitido à empresa atingir o breakeven no segundo trimestre. O grupo postal está a preparar o processo de expansão no país vizinho, onde ainda tem uma quota de mercado "reduzida", sendo esta uma empresa em "processo de viragem".

"As primeiras ideias que já estamos a testar passam por expandir para Espanha algumas das ofertas de "one stop shop". É uma forma de diferenciar a nossa presença em Espanha, porque a nossa concorrência é composta, basicamente, por operadores de encomendas. Temos muita margem para crescer. Conforme formos ganhando confiança, vamos considerar todas as opções para crescer em Espanha", destacou João Bento. 

Questionados também pelos analistas sobre o impacto das novas regras sobre as compras online de produtos produzidos fora da União Europeia (UE), que desde 1 de julho determinam que todas as compras eletrónicas de bens fora da UE pagam IVA, os CTT admitem que deverá ser "positivo". 

"Nos primeiros dias sentimos uma quebra nos volumes. Toda a gente estava a preparar-se para esta nova realidade. Agora existe alguma acumulação de pacotes em processamento, mas esperamos normalizar a situação. Esperamos que o impacto seja positivo", destacou o administrador financeiro da empresa, Guy Pacheco.

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