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Covid-19 atira Ibersol de lucros para prejuízos no primeiro semestre

A empresa que explora espaços de restauração de marcas como a KFC, Burger King ou Pizza Hut reportou prejuízos nos primeiros seis meses do ano, quando no mesmo período de 2019 tinha registado lucros. Os efeitos do confinamento decorrentes da covid-19 pesaram fortemente.

Ibersol
29 de Setembro de 2020 às 18:46
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A Ibersol registou perdas de 33,4 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, contra lucros de 600 mil euros no período homólogo do ano passado.

 

"O encerramento abrupto em Março e o período de confinamento que se prolongou até meados de Maio, durante o qual permaneceram encerrados 73% dos restaurantes operados pelo grupo, penalizou severamente o semestre, não tendo sido possível neste período, ajustar as rubricas de custo à redução de vendas, o que conduziu inevitavelmente a aumentos do peso das mesmas e inerente perda de rentabilidade", sublinha a Ibersol no comunicado das contas divulgado junto da CMVM.

 

Já o volume de negócios foi de 133,6 milhões de euros, um recuo de 39,6% face ao período de janeiro a julho de 2019, revela a empresa que explora restaurantes de marcas como a Burger King, KFC ou Pizza Hut. As vendas de restauração desceram 38,8%, para os 130,5 milhões de euros.

 

"O início do ano de 2020 apresentava sinais promissores de vendas de restauração, com crescimentos superiores a 15% até meados de março. O desenvolvimento do surto de COVID-19 no início do mês de março provocou de imediato uma brutal redução da procura no mercado de restauração em todas as regiões, que culminou no encerramento de 73% dos restaurantes e perdas de 50% nas vendas de restauração, na sequência da decisão de decretar o estado de emergência a partir da segunda semana de março", frisa a empresa.

 

E prossegue: "Durante o período de confinamento os restaurantes operaram para prestação de serviços de delivery, take away e drive thru e a partir de junho alargaram aos restantes segmentos com especial relevância para as unidades localizadas em centros comercias. Os restaurantes localizados em concessões, nomeadamente aeroportos, fortemente afetados pelas restrições dos espaços aéreos durante este período, que conduziram ao encerramento da totalidade dos nossos restaurantes, com exceção de um no aeroporto de Barcelona e três nos aeroportos portugueses que asseguraram serviços mínimos. Mantivemos, ainda, abertos dois restaurantes em estações de serviço".

 

Neste contexto, "as vendas do 2º trimestre reduziram para um terço das realizadas no segundo trimestre de 2019", acrescenta o comunicado das contas.

 

A Ibersol salienta o bom desempenho nos restaurantes com serviço de Drive (operados pelas marcas Burger King e KFC), que superaram o encerramento das salas, e os crescimentos no segmento de Delivery – que contribuíram para minimizar os impactos e limitações de outros segmentos mais penalizados. "Em Espanha, por um menor número de restaurantes com drive e por localizações mais dependentes do turismo, a quebra de vendas foi mais abrupta e a recuperação será mais lenta".

 

A margem bruta registada no primeiro semestre foi de 74,8% do volume de negócios, 0,7p.p inferior ao mesmo semestre do ano passado (75,5%), evidenciando por um lado o efeito das perdas de matérias primas perecíveis no mês de março na sequência da interrupção abrupta da atividade dos restaurantes, e, por outro, a operação limitada a conceitos de maior agressividade promocional e consequentemente com margens inferiores, refere.

 

Os custos com pessoal reduziram 26,2%, tendo o peso desta rubrica aumentado para 39,5% do volume de negócios (32,3% em 2019).

 

O grupo aderiu ao ERTE em Espanha (mecanismo semelhante ao lay-off) a partir do dia 18 de março, enquanto em Portugal as medidas de proteção e apoio ao emprego através do lay off simplificado apenas entraram em vigor no início do mês de abril.

 

"Apesar da reabertura gradual dos restaurantes no período pós-confinamento, os condicionamentos por exigências legais e limitação no número de clientes, com relevante impacto no volume de negócios, conduziram ao prolongamento destas medidas de proteção a 43% dos colaboradores no final do semestre".

 

No segundo trimestre, diz ainda a empresa, "procedeu-se ao cancelamento e renegociação de contratos de prestação de serviços, que permitiram mitigar parte das perdas derivadas do encerramento dos restaurantes. Contudo, o aumento do peso das vendas através de delivery impediu uma maior redução no peso desta rubrica".

 

O EBITDA ascendeu a 15,2 milhões de euros, representando uma redução de 69,0% face a igual período do ano anterior. A margem EBITDA total foi de 11,3% do volume de negócios, que compara com 22,1% em igual período do ano anterior.

 

Volume de negócios deve cair 35% no ano

 

Quanto às perspetivas futuras, a Ibersol sublinha que "apesar dos mais recentes sinais positivos de recuperação, não se pode excluir que a propagação da pandemia covid-19 possa vir a obrigar a um abrandamento do ritmo de retoma, de forma não homogénea, em função das localizações e segmentos de negócio".

 

"Continuamos a efetuar os esforços para concluir as negociações de rendas com os centros comerciais e concessionárias, nomeadamente ANA e AENA, que deverão ter impactos significativos nas contas anuais", acrescenta.

 

"Apesar da incerteza quanto ao desenvolvimento da pandemia e tendo em conta a situação atual, a nossa perspetiva aponta para uma redução do volume de negócios anual em cerca de 35%", projeta.

 

"Em 2020 já abriram 7 novos restaurantes e prevemos a abertura de 2 Taco Bell’s e 4 unidades Drive Thru dado o bom desempenho destes formatos no atual contexto pandémico", remata a empresa.

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