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Costa Boal investe 3 milhões no enoturismo em Favaios
Além de um hotel de quatro estrelas, que vai ter 16 quartos, os cinco hectares do complexo turístico vão incluir um restaurante.
A Família Costa Boal está a investir mais de três milhões de euros no Douro, zona de Favaios, concelho de Alijó, na criação de um projeto ligado ao enoturismo, para ir ao encontro da crescente procura deste nicho, disse esta quinta-feira à Lusa António Costa Boal.
O líder da empresa de vinhos explicou que são cada vez mais aqueles que estão ligados ao setor, como empresários ou donos de garrafeiras, entre eles estrangeiros, que mostram interesse em saber mais sobre os processos de produção.
"Querem ver no local onde é que o vinho é produzido, de que parcela é que é, qual é o passo que está a ser feito, porque é que a poda se faz assim ou se faz estágio em barricas ou em inox (...)", deu como exemplos António Costa Boal.
O empreendimento num edifício de 1830, que fica na região demarcada do Douro, deve abrir em 2026 e prevê criar entre oito a 10 postos de trabalho no distrito de Vila Real.
Além de um hotel de quatro estrelas, que vai ter 16 quartos, os cinco hectares do complexo turístico vão incluir um restaurante, onde os clientes poderão degustar diferentes vinhos a acompanhar a refeição, para "fazerem uma análise sensorial".
Com raízes no Douro que remontam a 1857, Cabêda, Alijó, a Costa Boal Family Estates tem vindo a estender-se para o Alentejo e para uma região vitivinícola mais jovem, a de Trás-os-Montes, que tem, segundo os dados oficiais disponibilizados na página da internet, 11.010 hectares de vinha atualmente.
No concelho de Mirandela, no distrito de Bragança, a empresa adquiriu mais 10 hectares de vinha velha, ou seja, cepas com mais de 65 anos. Esta tem sido uma aposta para o empresário.
"Podemos ter uma touriga nacional ou franca em vinhas plantadas há sete anos e dá muitas vezes um perfil igual ao Douro ou ao Alentejo. Praticamente, nada muda. Aqui, temos vinhos com identidade", justificou António Costa Boal o investimento.
Passam assim a ser 22 os hectares de vinhas velhas, que cultivam apenas na região transmontana.
Este acréscimo vai permitir também aumentar a produção em 25 a 30 mil garrafas, para acompanhar aquela que dizem ser uma tendência do mercado, voltada para os chamados "vinhos premium".
Passam assim a produzir cerca de 40 mil garrafas anuais de vinhas velhas e, segundo Costa Boal, passam a ser o maior produtor nacional com esse perfil.
"As pessoas têm vindo a procurar vinhos com identidade. A própria região tem essas características. Não podemos estar junto ao Douro e produzir vinhos iguais. O vinho de vinhas velhas tem uma frescura e uma acidez muito própria e vincada", descreveu Costa Boal.
Em Mirandela, na Terra Quente Transmontana, a vinha está situada a 300 metros de altitude. Em Sendim, Miranda do Douro, no planalto mirandês, a 500. Costa Boal referiu que as grandes amplitudes térmicas a que o fruto está sujeito influenciam a sua qualidade.
Ainda nesta vertente "premium", a marca está a apostar no olival. Também no concelho de Mirandela tem um hectare com que estima ter mais de 300 anos.