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Costa admite que se "expressou mal" sobre obrigatoriedade da privatização da TAP

Depois de Pedro Nuno Santos ter afirmado na SIC Notícias que não ficou definido no acordo com Bruxelas que a privatização da TAP era obrigatória, António Costa vem agora admitir que se "expressou mal".

Na última conferência de líderes, o PS classificou o não adiamento deste debate como uma “péssima prática”.
António Pedro Santos/Lusa
18 de Outubro de 2023 às 16:10
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Confrontado por Miranda Sarmento com as contradições entre as afirmações do deputado e ex-ministro Pedro Nuno Santos e as suas em relação à obrigatoriedade de privatização da TAP no plano de recuperação da companhia que foi negociada com Bruxelas, António Costa admitiu que "se expressou mal".

"O que devia ter dito é que era sempre um pressuposto do momento da nacionalização que ela seria parcialmente ou totalmente reprivatizada", explicou o primeiro-ministro.

No seu espaço de comentário na SIC Notícias, no dia 9 de outubro, Pedro Nuno Santos afirmou, ao contrário do que tinha sido dado a entender pelo primeiro-ministro, que "ficou claro que não havia nenhum imperativo de venda" da companhia aérea nas negociações com a Comissão Europeia. 

PSD critica gestão da "TAP e as suas contradições"

O líder parlamentar dos sociais-democratas Joaquim Miranda Sarmento lembrou que António Costa em 2014, sobre a TAP, dizia "que é mesmo aquela empresa que não deveria ser privatizada porque os riscos da privatização são muito grandes". e que em 2015 afirmou que "o PS não permitirá que o Estado perca a maioria do capital da TAP".

"Explique aos portugueses porque é que que agora já defende a possibilidade da venda da totalidade do capital da companhia aérea. Explique estes ziguezagues e como eles custaram 4 mil milhões de euros aos portugueses", pediu o deputado social-democrata.

Costa, por sua vez, respondeu que "o princípio é sempre o mesmo": "o país precisa da TAP porque a TAP é uma empresa estratégica para a economia nacional". E acusou o antigo Governo do PSD de ter assinado "uma carta de conforto que é um verdadeiro escândalo nacional" porque "o Estado assumia ilimitadamente a responsabilidade pelas dívidas passadas e futuras da TAP, apesar de lhe entregar totalmente a gestão aos privados".

"O que aconteceu com a TAP, como aconteceu com todas as companhias aéreas do mundo, é que se não houvesse uma grande injeção de capital, faliam. E nós, para não falir a TAP, injetámos o capital. Ainda hoje estou à espera que o PSD me diga qual era a alternativa do PSD à injeção de capital que o Estado fez", concluiu

(atualizado às 16:18)
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