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Coimbra vai "ensinar" empresas a cumprir os direitos humanos
A Coimbra Business School e o Centro de Direitos Humanos presidido por Vital Moreira juntaram-se para criar um centro de investigação e formação para "sensibilizar os empresários para o respeito dos direitos dos trabalhadores".
Incluir o estudo dos direitos humanos na formação em gestão, "ultrapassando a visão de que negócios são negócios e direitos humanos são direitos humanos". É assim que o Ius Gentium Conimbrigae / Centro de Direitos Humanos justifica a parceria com a Coimbra Business School, presidida por Manuel Castelo Branco, para a criação de um centro de investigação e de formação que se vai dedicar à "forma como nacionais e estrangeiros vêem respeitados os seus direitos nas empresas portuguesas".
O novo Coimbra Business and Human Rights Centre, que vai ser apresentado publicamente ao final da tarde de quarta-feira, 17 de Janeiro, será dedicado ao cumprimento dos direitos humanos nas empresas, envolvendo sobretudo as áreas do comércio internacional e do investimento directo estrangeiro. Terá como "campos de trabalho", entre outros, os temas da responsabilidade social das empresas, o comércio internacional e os direitos humanos, a economia social, a boa governança ou a gestão pública e "accountability".
Segundo a informação adiantada ao Negócios, está já prevista a organização de um primeiro curso sobre a temática "Direitos Humanos e Negócios" em Abril de 2018 e uma segunda formação relacionada com "Direitos Humanos e Corrupção", que deverá acontecer no segundo semestre deste ano, também sob a chancela deste novo organismo que envolve duas instituições ligadas à Universidade e ao Instituto Politécnico de Coimbra.
Jónatas Machado, professor de Direito e director executivo do Centro de Direitos Humanos presidido pelo ex-eurodeputado Vital Moreira, resume que "a principal vocação deste centro é sensibilizar empregadores e cidadãos para o respeito pela liberdade religiosa, pela igualdade de género, pela compatibilização da vida familiar e profissional e por questões éticas e de liberdade de consciência".