A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) aplicou uma multa, à Somague, no valor de 4,9 mil euros (mil contos), fruto do excessivo optimismo e a reduzida objectividade na elaboração das previsões relativas ao exercício de 1998. Os resultados efectivos de 1998 ficaram cerca de 143,5% aquém do previsto pela empresa no terceiro trimestre.

Esta sanção aplicada na sequência da publicação, em Setembro 1998, no jornal «Diário de Notícias» e no boletim de cotações da Bolsa de Valores de Lisboa, da previsão dos resultados líquidos no valor entre 7,8 e 8,9 milhões de euros (1,6 e 1,8 milhões de contos) para o final desse mesmo ano, sendo que a empresa veio a obter um prejuízo no valor de 3,4 milhões de euros (697,4 mil contos).

A divergência entre o resultado líquido efectivo do exercício e o previsto no relatório, ficou a dever-se ao resultado obtido pela Somague Engenharia, cujo prejuízo na obra A2 Sul-Marateca ascendeu a um 4,99 milhões de euros (um milhão de contos).

Recorde-se que a obra ficou concluída em Julho de 1998, tendo a Somague invocado que em Setembro, ainda tinha a expectativa de conseguir, na negociação final com o cliente, resgatar alguns dos custos adicionais em que incorrera e, por força disto, esta perda não foi incorporada no relatório.

«Pelo exposto, os investidores não deixaram de terem sido induzidos em erro sobre a realidade dos factos», refere a CMVM que sublinha «a falta de prudência na elaboração das previsões, tendo a Somague agido sem intenção de prestar informação inverídica ao mercado».

Às 10h10, as acções da Somague cotavam nos 5,70 euros (1.142 escudos) a perder 0,52%.